São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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PAINEL

Reduto ameaçado
Lula ordenou a Anderson Adauto (Transportes) que demita todos os funcionários de confiança indicados pelo PMDB. Para o presidente, é impossível sanear o ministério, um dos maiores alvos de denúncias no governo, mantendo a estrutura que o comanda há dez anos.

Troca de sigla
Cálculos preliminares indicam que há pelo menos 50 cargos de confiança no Ministério dos Transportes indicados pelo PMDB. A maioria deles deve ser preenchida pelo PL, partido do ministro e do vice-presidente, José Alencar (MG).

Pista abandonada
Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul são os Estados mais prejudicados com a decisão de Adauto de suspender licitações em andamento na pasta. O Rio de Rosinha Garotinho (PSB) terá adiada obra de R$ 162,8 mi e o MS de Zeca do PT, de R$ 196 mi.

Conta para cima
O valor das licitações em andamento nos Transportes está muito abaixo dos R$ 5 bi anunciados anteontem por Anderson Adauto. Segundo levantamento do DNIT (ex-DNER), o órgão lançou, entre novembro e dezembro últimos, 52 licitações, no valor de R$ 752 mi.

Panos quentes
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), candidato do PT à presidência da Câmara, visitará dirigentes do PFL, do PSDB e do PMDB para dizer que seu partido respeitará o acordo de que a maior bancada terá o comando do Legislativo.

Acordo de cúpula
Em suas conversas, João Paulo dirá que o PT não apoiará a candidatura de José Sarney (AP) à presidência do Senado caso ele se lance à revelia do PMDB, que poderá, em votação, lançar o nome de Renan Calheiros (AL).

Sem consenso
Cristovam Buarque (Educação) deverá anunciar hoje o nome de Carlos Antunes para a Secretaria de Educação Superior. Ex-reitor da Universidade Federal do Paraná e ex-presidente da Andifes, Antunes não agrada aos dirigentes universitários.

Primeira doença
O ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) foi internado com pneumonia.

Socorro petista
Em seus primeiros dias como presidente, Lula já começou a receber pedidos de governadores endividados. Wellington Dias (PT-PI) foi a Brasília reclamar ajuda para pagar indenização a 30 mil servidores não concursados e que foram demitidos por decisão judicial.

Apagão amazonense
Eduardo Braga (PPS-AM) pediu ao Planalto o envio de duas barcaças emergenciais com geradores de energia para o AM. O interior do Estado enfrenta racionamento há cinco anos e a situação em Manaus é crítica.

Cadeira cativa
A piada corre no PT. Lula decidiu dar um cargo de primeiro escalão ao PFL: o de papagaio de pirata oficial da República ao deputado federal Robson Tuma (SP), que passou a cerimônia de posse atrás do presidente.

Senhor TV
A fama de Robson Tuma como papagaio de pirata é grande em Brasília. O pefelista também apareceu com destaque nas câmeras de TV nas posses de FHC e nos enterros de Mário Covas e de Luís Eduardo Magalhães.

Na fila
O PDT vai reclamar ao senador Saturnino Braga (PT) o cumprimento de uma suposta promessa feita em 98 de que dividiria metade do seu mandato com o suplente Carlos Lupi (PDT), do grupo brizolista.

Saudades
O informativo das bancadas do PT, PPS e de outros partidos de esquerda no Senado continua a se referir a elas como "bloco de oposição". Desde o último dia 1º, são o bloco da situação.

TIROTEIO

Do governador do ES, Paulo Hartung (PSB), sobre a situação econômica do Estado:
- É a pior do Brasil. A herança deixada por José Ignácio [PTN] -duas folhas de pagamento e R$ 1,3 bilhão de restos a pagar- é um desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.

CONTRAPONTO

Alterações de campanha

Getúlio Gurgel foi o fotógrafo oficial do Palácio do Planalto nos últimos dez anos. Gurgel trabalhou nos oito anos de mandato de FHC e nos dois anos de Itamar Franco.
O fotógrafo espalha para os amigos que seu sonho é ser prefeito de Tiros, sua cidade natal, no interior de Minas Gerais.
Na última segunda, Gurgel despediu-se do Planalto ao fotografar uma reunião de FHC com tucanos. Assim que ele chegou ao gabinete, FHC o provocou:
- Aqui está o futuro prefeito de Tiros.
Gurgel brincou com FHC:
- Serei prefeito com o apoio do senhor, presidente.
FHC contornou:
- Meu apoio não adianta nada, sou um ex-presidente. Mas você terá o apoio do atual governador [Aécio Neves" e do Pimenta da Veiga, que estão aqui ao meu lado. Agora eles é que são importantes!



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