São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PROJETO 2006

Tucanos de São Paulo planejam fortalecer partido no interior do Estado para viabilizar governador à Presidência

PSDB paulista faz plano para Alckmin contra Aécio

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção paulista do PSDB organiza uma blindagem política para tentar garantir o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nas próximas eleições presidenciais de 2006. O partido quer se fortalecer em 102 municípios, todos com mais de 50 mil habitantes e que juntos representam 82% dos eleitores do Estado.
As metas são: aproximar os comandos municipais e, se preciso, intervir nos diretórios, buscar nomes para a disputa municipal de 2004 e melhorar a comunicação com os filiados. Os planos serão expostos no próximo dia 3 em reunião com os diretórios.
Além da disputa municipal, a direção paulista sabe que a corrida pela Presidência em 2006 passará necessariamente pela eleição, em maio, do novo presidente nacional do PSDB.
Os paulistas disputam o controle da sigla com o grupo de apoio ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que é afinado com o senador Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará. Alckmin conta com o apoio do grupo "histórico" paulista, como o candidato derrotado à Presidência José Serra e o atual presidente nacional do PSDB, José Aníbal.

Nos Estados
Os governadores Aécio e Alckmin, que saíram da eleição como os novos expoentes da sigla, se cercaram de um equipe de "notáveis" e de "competência ministerial", como eles mesmos dizem, respectivamente. Anunciaram ações em sintonia com o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e elegeram como meta as mesmas prioridades: o corte de gastos e a moralidade pública.
As primeiras mudanças anunciadas foram estruturais.
Reeleito, Alckmin trocou 13 dos 21 secretários da primeira gestão e anunciou nomes de "competência ministerial" -segundo o próprio governador. Aécio, por sua vez, criou o conselho de "notáveis" para assessorá-lo diretamente e convidou secretários que já passaram pelos principais cargos do governo federal.
Se Alckmin emplacou Andrea Calabi, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para a Secretaria da Economia e do Planejamento, Aécio chamou o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel para assessorá-lo em temas tributários.
Os tucanos anunciaram ainda a criação de conselhos afinados com as metas de Lula de abrir espaço no governo federal para a sociedade civil.
Na mesma linha, Alckmin criou uma espécie de pacto social paulista, um conselho de interlocução das ações econômicas e sociais do governo com a sociedade civil. Em Minas, Aécio contará com a assessoria informal de quatro "notáveis" -além de Everardo Maciel, o economista Edmar Bacha, o bispo dom Luciano Mendes de Almeida e o ex-chanceler Francisco Rezek.



Texto Anterior: Lista de nomes de donos de rádios e TVs estará na internet, diz ministro
Próximo Texto: Serra e Tasso devem disputar partido em maio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.