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Painel
Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br
A ficha caiu
Na reunião de mais de uma hora que tiveram ontem, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia
(PT-SP) discutiram pela primeira vez a necessidade
de fazerem um acordo na disputa pela presidência da
Câmara. Segundo aliados de ambos, foi uma conversa
para "quebrar o gelo". Ficaram de se consultar pelo
menos duas vezes por semana, a partir de agora.
Ninguém admite um recuo ainda, mas o fato de terem tocado no assunto mostra que está funcionando a
pressão do Palácio do Planalto, além da ameaça de
uma terceira via na disputa. Por meio de emissários,
Lula avisou a ambos que, se produzirem um desastre,
não terão prêmio de consolação no governo. "Vão carregar a cruz sozinhos", diz um ministro.
Quem pisca. Um governador lulista aposta que a balança vai pender para o lado do
presidente da Câmara. "Lula
chegou a ter dúvida, mas agora voltou a dar sinais claros de
que quer o Aldo", diz.
Nó da questão. Tanto Aldo quando Chinaglia fingem
nem ligar para a possibilidade
de um candidato alternativo.
Mas aliados de ambos reconhecem que, se sair um nome
do PMDB, o quadro da disputa muda radicalmente.
Calor. O PSDB, antes defensor da tese da proporcionalidade, agora incentiva o balão
de ensaio da terceira via. O
partido acha que estava facilitando a vida do governo, ao
deixar a disputa correr solta
entre dois aliados.
Contra o relógio. Enquanto não sai acordo, Chinaglia começará suas viagens
por Porto Alegre, na próxima
quarta-feira. À caça dos votos
do PSDB, agendou um encontro com a governadora do RS,
a tucana Yeda Crusius.
Companheiras. Em lados
opostos no debate sobre o
"destravamento" da economia, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Marina Silva (Meio Ambiente) sentaram-se frente a
frente em cerimônia no Planalto. Cumprimentaram-se
com um aceno frio.
Questão central. Lula
tem dito a ministros que não
gosta do termo "concertação",
usado por Tarso Genro (Relações Institucionais). Quer que
usem "coalizão de governo".
Supersônico 1. Os gastos
do governo com serviço de
bordo das aeronaves da Presidência disparou com a chegada do Aerolula, em 2005.
Supersônico 2. Antes, a
despesa anual era de R$ 619
mil. No ano passado, foi de R$
1,18 mi. Em 2007, nova subida, para R$ 1,5 milhão, segundo dados do Siafi (sistema de
execução orçamentária).
Guerra fria. No mesmo
dia em que bateram boca com
artigos pela internet, os dirigentes petistas Paulo Ferreira
e Valter Pomar passaram cerca de uma hora juntos em reunião em São Paulo para discutir o 3º Congresso do partido.
Papo-cabeça. O PT, que se
prepara para perder cargos na
Cultura, quer uma "conversa"
com o ministro Gilberto Gil.
Em artigo no site do partido, o
dirigente Glauber Piva exige
"respeito e diálogo".
Emperrou. A sucessão no
PFL, antes dada como certa,
entrou em compasso de espera. Em almoço há alguns dias,
Jorge Bornhausen recebeu de
caciques como José Roberto
Arruda, Gilberto Kassab e Cesar Maia apelo para permanecer no comando do partido.
Tensão. Tão logo terminou
seu discurso de posse, ainda
trêmulo, o novo comandante
da PM de São Paulo, Roberto
Antonio Diniz, soltou um sonoro "ufa!" ao se postar do lado do governador José Serra.
Todos no palanque riram.
Prejuízo. A crise da aviação
em 2006 reduziu em 3 milhões o número de pessoas
que viriam ao Brasil, segundo
cálculo do Ministério do Turismo. Só a quebra da Varig tirou 1 milhão de assentos do
mercado internacional.
Tiroteio
"Ficou claro que a Força Nacional nada mais era
que uma força-tarefa eleitoral. Na campanha,
poderia vir imediatamente para São Paulo.
Agora que o Rio solicita, sobram dificuldades".
Do deputado federal ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP), sobre
o pedido do governo do Rio para que tropas federais ajudem a conter a
onda de violência no Estado.
Contraponto
Porteiro eletrônico
O secretário da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas, realizou uma visita-surpresa a um hospital psiquiátrico na semana passada. De cara, encontrou a entrada
para o estacionamento da diretoria abandonada.
Passaram-se alguns minutos até que enfim chegou um
senhor sem uniforme, vagaroso, parecendo sem vontade
de trabalhar. Pronto para chamar a atenção do funcionário, o secretário foi logo interpelando:
-Olá. Sou secretário de Estado da Saúde. E o senhor?
-Eu? Sou um paciente do hospital. Estava descansando, vi o senhor aguardando e resolvi ajudar.
Ao desconcertado secretário só restou agradecer.
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