São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Preço do ingresso

Os seis suplentes que assumem neste mês uma cadeira de deputado estadual na Assembleia de São Paulo gastaram na campanha, em média, o dobro do declarado à Justiça pelos 13 federais que começam a tomar posse hoje na Câmara dos Deputados. Juntos, os suplentes estaduais afirmam ter desembolsado R$ 2,4 mi -média de R$ 400 mil. Já para os colegas de Brasília, esse valor foi de R$ 203 mil.
O destaque entre os estaduais é o tucano Cássio de Castro Navarro, ex-presidente da Câmara Municipal de Praia Grande, que torrou R$ 1,1 milhão. Ele é ligado ao ex-prefeito Alberto Mourão, investigado na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, que apura suposta fraude em empréstimos do BNDES.



Tostão. Bem na contramão dos gastos do tucano, o alagoano Antonio Carlos Ramos (PTB) afirma ter desembolsado R$ 2.000 para tentar uma vaga de deputado federal. Ele ficará no lugar de Cristiano Matheus (PMDB), eleito prefeito de Marechal Deodoro.

Inferninho. Em tempos de férias no Congresso, os suplentes que assumem mandato hoje prometem lotar com parentes, amigos e correligionários o gabinete do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), onde ocorrerá a posse. Eles entram no lugar de colegas que vão para cargos na máquina municipal.

Medalha. Depois de desistir da tentativa de reeleição à presidência da Assembleia paulista, o tucano Vaz de Lima poderá assumir por uns dias o Palácio dos Bandeirantes, já que o governador José Serra está nos EUA e o vice, Alberto Goldman, deve viajar para Colômbia ou Argentina.

Anistiados. O "Diário Oficial" da União trouxe ontem a declaração de anistia política a 101 pessoas perseguidas pela ditadura militar. O valor total das indenizações é de R$ 8,4 milhões, fora as pensões mensais em alguns casos.

Reparação. Entre os beneficiados, está o ex-secretário nacional de Direitos Humanos Nilmário Miranda (PT), que receberá R$ 99,6 mil. A decisão de indenizar o petista havia sido tomada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça em setembro.

Órfãos. A lista de cortes em cargos de confiança do prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB), incluiu o ex-marido de Dilma Rousseff (Casa Civil), Cláudio Galeno, então lotado no gabinete do prefeito, e o irmão da ministra, Igor, na Secretaria de Planejamento.

Jangadeiro. Lula estuda fazer viagem de dez dias pelo São Francisco, no primeiro trimestre, para promover a transposição do rio. A jornada seria inspirada nas Caravanas da Cidadania de sua época de candidato nos anos 90.

Rali. A ideia de Lula é vistoriar alguns dos carros-chefes do PAC para mostrar que o programa está a pleno vapor. Ele também planeja uma ida à ferrovia Transnordestina.

Esperança é a... Aliados de Aldo Rebelo (PC do B-SP) asseguram que ele manterá sua candidatura à presidência da Câmara mesmo com a ameaça de o PDT esvair-se do "bloquinho" e aderir ao grupo que apoia Michel Temer (PMDB). Mas, para isso, sabem que é imprescindível a consolidação de um racha entre PT e PMDB no Senado.

...última que morre. No mundo ideal dos partidários de Aldo, o possível confronto entre petistas e peemedebistas na eleição do Senado migraria automaticamente para a Câmara. "A candidatura Temer é um Titanic em busca de um iceberg", torce um deles.

Saldão. Ao passar a prefeitura de Mauá para Oswaldo Dias (PT), Leonel Damo (PV) levou a cadeira que usava no gabinete. Em compensação, fez questão de entregar a chave do carro adquirido pela prefeitura, que ele disse não usar porque a placa tinha "13".

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO




Tiroteio

"Parece até ironia dizer que o Paulo Lacerda fará "cooperação policial" em Portugal depois de toda a confusão causada pela atuação da Abin na Operação Satiagraha."
Do deputado federal EDUARDO SCIARRA (DEM-PR), sobre a afirmação do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) acerca das novas funções de Lacerda, ex-diretor da Abin.



Contraponto

Sonho meu

Numa das últimas sessões do Congresso em 2008, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), escorregou ao chamar Heráclito Fortes (DEM-PI) de deputado. O "demo" devolveu trocando o nome de Garibaldi pelo do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
-Estamos com "montorite"-, brincou Heráclito, em referência ao ex-governador André Franco Montoro (PMDB), que costumava "esquecer" o nome dos colegas.
Até que, na sequência, Garibaldi voltou a trocar o cargo do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) pelo do senador Valter Pereira (PMDB-MS). Pinheiro entrou na onda:
-É que, desta vez, o senhor está profetizando...


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