São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Quem pode mais...
O poderoso setor do agronegócio será o primeiro a conseguir mudanças na indigesta MP 232. O governo já admite retirar do texto o item que inclui produtores rurais entre as categorias que passam a recolher 1,5% de Imposto de Renda na fonte.

... paga menos
A concessão ao agronegócio -que, segundo a CNA, perderia R$ 2 bi- será a primeira de uma série pós-Carnaval. Entre os líderes aliados existe pacto de derrubar a MP caso o governo não a altere substancialmente.

Tudo é relativo
Depois de dois dias de conversas em Londres, na reunião do G7, a equipe econômica chegou à conclusão de que enfrenta no Brasil um fogo amigo até brando, se comparado ao experimentado por colegas seus em países como o Reino Unido.

Banho-maria
Só depois da eleição das Mesas da Câmara e do Senado será publicado o decreto de contingenciamento do Orçamento. O governo teme o efeito do corte das verbas de emendas sobre a candidatura do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Abaixo de zero
Se perder a eleição para Greenhalgh, o dissidente Virgílio Guimarães ganhará do PT a Comissão de Legislação Participativa, espécie de Sibéria da Câmara. É o primeiro de uma série de castigos à espera do mineiro.

Cereja do bolo
Na última reunião do comando da campanha de Greenhalgh, marcada para sexta, espera-se a presença de Antonio Palocci para gesto de apoio explícito.

Porteira aberta
Na esteira das 111 deserções anunciadas no Fórum Social de Porto Alegre, um novo grupo, majoritariamente gaúcho, prepara seu desembarque do PT. São cerca de 350 pessoas.

Enxugando gelo 1
O número de aposentados e pensionistas do governo paulista cresceu 23% na última década, de 386 mil inativos para 474 mil. O salto fez com que a reforma previdenciária de 2003 e os programas de enxugamento de Geraldo Alckmin apenas estabilizassem o custo do sistema.

Enxugando gelo 2
Em 2004, a participação dos inativos no gasto com pessoal representou 37% do total, mesma marca de 2002. O aumento da contribuição ao sistema, de 5% para 11%, manteve o Executivo nos parâmetros da lei, mas a situação já preocupa os técnicos.

Vem aí
Assim que encerrar viagem à Índia e Europa, Marta Suplicy arregaçará as mangas em seu instituto. A exemplo do que fez Fernando Henrique, a ex-prefeita pretende inaugurá-lo com uma série de seminários sobre políticas públicas, em abril.

Aviso dado 1
O Tribunal de Contas do Estado alertou prefeitos e ex-prefeitos: a inclusão, nos balanços de 2004, de receitas que chegariam somente em 2005, como a parcela de janeiro do Fundo de Participação dos Municípios, será considerada ilegal nas análises das contas das administrações.

Aviso dado 2
A orientação para que ex e atuais prefeitos incluíssem repasses de 2005 em seus balanços partiu da Confederação Nacional dos Municípios. Isso apesar de a Consultoria em Administração Municipal ter chamado a atenção dos administradores para a ilegalidade da operação.

Vestibular
Ministro da Educação nos anos FHC, quando chegou a ser lembrado para a sucessão presidencial, Paulo Renato Souza ensaia disputar cadeira na Câmara por São Paulo em 2006. Mas, diante de tantos nomes na praça com a mesma idéia, os tucanos avisam: não há vaga garantida.

TIROTEIO
De Jefferson Péres, senador pelo PDT do Amazonas, sobre políticos que, nem bem assinaram a ficha de filiação, já se puseram a defender a aproximação da sigla com o governo:
-É surreal. Esse pessoal se declara em dissidência antes mesmo de entrar no partido.

CONTRAPONTO

Ídolos e ideologias

O ex-ministro Jarbas Passarinho conversava recentemente com um amigo do Acre em seu escritório na CNI, onde atua como consultor. O amigo comentava, com admiração, a trajetória da petista Marina Silva, sua conterrânea. Recordou que a ministra do Meio Ambiente só se alfabetizou aos 14 anos.
-Justamente. Ela cursou o Mobral, que foi estruturado durante meu período no MEC-, lembrou Passarinho.
Em seguida, o amigo ressaltou o fato de, menos de dez anos depois, Marina ter se formado em história. Passarinho, conhecido adversário do PT, também não deixou barato:
-Isso só foi possível porque, também quando eu era ministro, criamos o supletivo.
Diante das observações de Passarinho, o amigo ressalvou:
-Pois é, mas a foto que tem lá no gabinete dela não é sua, mas sim do Che Guevara.


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