São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009

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outro lado

Deputado volta a afirmar que pagou débito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Menos de uma semana depois de assumir o posto, o novo corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), convocou ontem uma entrevista para explicar as denúncias contra ele. Sem apresentar documentos, ele voltou a afirmar que já pagou o que devia ao INSS e que não declarou à Justiça Eleitoral um castelo em São João do Nepomuceno (MG) porque o imóvel está registrado no nome de dois de seus filhos.
Como revelou ontem a Folha, Moreira é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em inquérito aberto em 2007. Ele é acusado de se apropriar de contribuições ao INSS de seus empregados em uma empresa de vigilância. "Não tenho conhecimento dessa dívida. Juntei todos os comprovantes de pagamento na Justiça. Já provei que tudo foi pago."
A Receita desmente o deputado. O órgão disse ao Ministério Público Federal que Moreira renegociou parte da dívida no Refis (Programa de Recuperação Fiscal), mas foi excluído do programa por inadimplência. Afirmou ainda que há outras dívidas renegociadas, mas que esse não é o caso do débito que resultou na abertura do inquérito.
A defesa de Moreira alega, no inquérito, que o deputado já pagou mais de R$ 1,8 milhão, com a ressalva de que não reconhecia o débito.
Sobre o castelo, com torres de até oito andares e 36 suítes, Moreira diz que conseguiu construi-lo ao longo de oito anos (de 1982 a 1990) com a renda de suas empresas de segurança.
O valor do imóvel foi estimado por ele próprio entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. Mas um corretor confirmou à Folha que o imóvel está à venda por US$ 25 milhões. Segundo Moreira, o castelo foi transferido "com registro em cartório" para seus filhos em 1993.
Um dos filhos, Leonardo Moreira, declarou à Justiça um terreno na área rural de Carlos Alves, no valor de R$ 3,1 milhões. Já o deputado declarou R$ 17,5 mil de uma área na mesma região. (MCC)


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