São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009

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Em nota, DEM pede a deputado que deixe cargo na Mesa Diretora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em nota divulgada ontem, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), recomenda que Edmar Moreira (DEM-MG) renuncie à segunda-vice-presidência da Câmara. Os quatro principais partidos que apoiaram a eleição Michel Temer (PMDB-SP) para presidir a Casa também discutem reservadamente uma forma de tirar pelo menos a Corregedoria de Moreira.
Na avaliação de dirigentes de PT, PMDB, PSDB e DEM, Moreira não tem condição política de ocupar o posto que admite ou rejeita investigações contra os próprios deputados. Uma saída estudada é o desmembramento das funções da segunda vice-presidência, entre as quais está a de corregedor-geral.
Para isso, basta a Mesa revogar um ato de 1993 que distribuiu funções aos sete titulares. Na próxima semana, os integrantes da Mesa devem se reunir para tratar o tema. Ontem, o presidente do DEM disse que o Conselho de Ética do partido examinará as denúncias contra o deputado em reunião da Executiva que deve acontecer na próxima quinta-feira.
"Somadas suas últimas atitudes às denúncias de contradição nas informações de sua declaração de bens, o DEM considera, por outro lado, que quaisquer decisões, mesmo que corretas, tomadas pelo referido deputado, no exercício das suas funções, serão sempre eivadas de suspeição, com evidentes prejuízos para a imagem do Poder Legislativo", disse o presidente em nota.
No início da semana ele contrariou o partido disputando uma vaga na Mesa. O candidato oficial da sigla era Vic Pires Franco (DEM-PA). Desde a votação da prorrogação da CPMF na Câmara, Moreira enfrenta resistências no DEM. Ele votou pela prorrogação e chegou a ser ameaçado de expulsão.
Na corregedoria, Moreira já terá que decidir sobre três processos: contra os conterrâneos Ademir Camilo (PDT-MG), João Magalhães (PMDB-MG) e Barbosa Neto (PDT-PR).
No mesmo dia em que assumiu o cargo, ele defendeu o fim das investigações de deputados pelos próprios colegas. Na nota de ontem, o DEM também repudiou essas declarações e afirmou que "é inaceitável colocar-se a solidariedade fraterna entre colegas acima do compromisso essencial com a moralidade parlamentar".
Moreira disse, antes da divulgação da nota do DEM, que permanecerá no cargo. Ele não foi localizado após a recomendação do partido para renunciar. (MARIA CLARA CABRAL, KENNEDY ALENCAR E FERNANDA ODILLA)


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