São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Alencar é opção para unir PT e PMDB em MG

Vice já admite a aliados estar disposto a se candidatar ao governo do Estado caso a saúde permita e se aliança for efetiva

No PT, o consenso sobre Alencar é tanto que ele vai receber o título de militante honorário do partido na segunda, em Belo Horizonte


BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Designado pelo presidente Lula para comandar a tarefa de solucionar o impasse entre PT e PMDB em Minas Gerais, o vice-presidente José Alencar (PRB) está mais perto de se tornar, ele próprio, a solução.
Alencar já afirma a aliados sua disposição de concorrer ao governo de Minas em vez de a uma vaga no Senado. Isso caso seu estado de saúde permita e caso sua candidatura represente a união de PT e PMDB no Estado, com a formação de um único e forte palanque para a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (PT).
Hoje, o ministro Hélio Costa (Comunicações) é o nome do PMDB para a sucessão do governador Aécio Neves (PSDB). A seu favor, tem a liderança nas pesquisas de intenção de voto. No PT, uma disputa interna opõe o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel ao ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).
Os fatores políticos não são empecilho para o vice: o PMDB mineiro e, mais explicitamente, as duas correntes do PT local, já admitem abrir mão de suas intenções de candidatura própria para apoiar Alencar.
No PT, o consenso em relação ao vice de Lula é tamanho que, na segunda-feira, Alencar receberá, em Belo Horizonte, o título de "militante honorário" do partido -uma espécie de filiação informal ao PT. Dilma deve comparecer à cerimônia.
No PMDB, o partido ainda não tem posição oficial. O presidente do partido em Minas, deputado federal Antônio Andrade, próximo a Costa, diz que prefere aguardar uma resposta do próprio Alencar antes de falar a respeito, mas não garante uma candidatura do ministro com Alencar na disputa.
O presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes, um dos principais soldados de Pimentel, afirma que o partido continua defendendo a candidatura própria, mas que agora, em vez de dois pré-candidatos, tem três. "Nós recebemos o Alencar hoje como companheiro do PT. Eu acho que o José Alencar é a única possibilidade nesse momento [de unificar o palanque de Dilma em Minas]. Eu diria que ele tem grandes chances de ser o candidato", diz Lopes.
Mais um passo na direção da candidatura foi dado anteontem, em Brasília. Provocado por membros do PT e do PC do B mineiros, Alencar disse estar à disposição para unificar a base do governo em Minas, segundo maior colégio eleitoral. Um cenário com Alencar disputando o governo também movimenta a disputa para o Senado -hoje estão colocados os nomes de Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS).
Com a saída de Alencar da disputa pelo Senado, abre-se uma vaga para Hélio Costa entrar na disputa como candidato de Lula, e a vaga de vice de Alencar ficaria com o PT.
Aliados de Pimentel e Patrus mantiveram ontem a divisão que tem marcado o PT mineiro nos últimos tempos: cada lado defende que seu nome seja o vice na chapa de Alencar. Essa divisão preocupa o vice, que por ora continua com o projeto de disputar o Senado. Aliados de Aécio julgam Alencar um adversário mais forte, mas dizem que o seu nome só encobre a fragilidade do PT no Estado.

Colaboraram RANIER BRAGON e SIMONE IGLESIAS, da Sucursal de Brasília



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