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Justiça susta convenção do PMDB, mas Temer recorre
Grupo que se opõe à aliança com o PT tenta adiar evento
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O grupo do PMDB contrário
à aliança nacional com o PT obteve, na Justiça, decisão favorável para suspender a convenção
do partido marcada para acontecer hoje em Brasília. Aliados
do presidente da sigla, deputado Michel Temer (PMDB-SP),
já recorreram ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça) e dizem
que o encontro acontecerá conforme o previsto.
A desembargadora Vera Andrighi, do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal, entendeu
que não houve prazo suficiente
para apresentação de uma chapa contrária à de Temer e que
por isso a convenção deveria
ser suspensa. A decisão acatou
recurso assinado pelos diretórios de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.
"Agora o PMDB tem que
marcar outra data [para a convenção] e respeitar os prazos do
estatuto", disse o advogado do
ex-governador Orestes Quércia
(SP), Ricardo Vita Porto.
Quércia é favorável à aliança
do PMDB com o governador
tucano José Serra. Alguns dos
integrantes do partido ainda
defendem uma candidatura
própria para a Presidência.
Já os que brigam para fazer a
convenção hoje querem uma
aliança com a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil). A intenção deles é reeleger Temer presidente do partido e reforçar
sua pretensão de ser vice na dobradinha com a ministra.
Anteriormente, a convenção
estava marcada para março.
Reunidos na última semana,
aliados de Temer anteciparam
o encontro para hoje. Eles deram apenas um dia para o registro de chapas da oposição. Mas
dizem que seguiram o estatuto,
ao dar o prazo de oito dias entre
o registro das candidaturas e a
realização da convenção.
Além de eleger o seu novo
presidente, o PMDB também
escolheria no encontro de hoje
a Executiva do partido. O cargo
de vice-presidente é o que até
ontem ainda tinha polêmica.
Os senadores Romero Jucá
(PMDB-RR) e Valdir Raupp
(PMDB-RO) disputam a vaga.
Jucá é mais alinhado com Temer, e Raupp com o senador
Renan Calheiros (PMDB-AL).
Preocupado com a investida
de Renan e com a possibilidade
de Raupp se viabilizar, Temer e
seus aliados resolveram "esvaziar" a vice-presidência. Antes
responsável pela articulações
em todo o país, o primeiro vice
será responsável só pelo Norte
e Nordeste. Caberá ao segundo
vice o Centro-Oeste e, ao terceiro, o Sul e o Sudeste.
Mas a preocupação em mostrar unidade é tão grande que
eles cogitam ceder mais uma
vice-presidência para a bancada dos senadores. "Se for para
salvar a briga deles não tem
problema", disse o deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Assim, Raupp ficaria na primeira vice, e Jucá na terceira.
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