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Assembléia de Alagoas arquiva processo contra 11 deputados
Pedido de investigação de indiciados pela PF foi feito por promotores
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Menos de 24 horas após recebê-lo, os deputados estaduais
de Alagoas arquivaram um pedido de abertura de processo
disciplinar por falta do decoro
parlamentar contra os 11 deputados indiciados pela Polícia
Federal sob a suspeita de desvio de dinheiro público.
O pedido de investigação foi
protocolado na Assembléia Legislativa pela Ampal (Associação do Ministério Público de
Alagoas) na tarde da última segunda-feira e foi arquivado no
início da tarde de terça-feira,
com o voto de 23 deputados
-entre eles os próprios indiciados- de um total de 27 parlamentares da Casa.
Votaram pelo prosseguimento do pedido apenas os deputados Judson Cabral (PT) e Rui
Palmeira (PR), que não estão
entre os investigados.
A PF apura a suspeita de que
deputados integraram um esquema que desviou cerca de
R$ 280 milhões da Assembléia
e da União, entre 2001 e 2007.
No último dia 24, reportagem da Folha revelou trechos
de gravações telefônicas, feitas
pela polícia com autorização da
Justiça, em que deputados e
ex-deputados aparecem cobrando propina. As gravações
fazem parte do inquérito da PF
que resultou na Operação Taturana, de dezembro, na qual
41 pessoas foram presas.
Parentesco
Anteontem, o desembargador Juarez Marques Luz, do
TJ-AL, declarou-se impedido
de julgar recursos relacionados
à Assembléia Legislativa. Ele
não justificou a decisão.
Na semana passada, o MP de
Alagoas encaminhou um pedido de exceção de suspeição alegando que o filho do desembargador era funcionário da Assembléia, e estava cedido para
trabalhar em seu gabinete.
Há duas semanas, Marques
Luz derrubou liminar concedida por um juiz que havia afastado seis deputados indiciados de
seus cargos na Mesa Diretora
da Assembléia. A decisão, no
entanto, acabou modificada
por um outro recurso encaminhado ao presidente do TJ, José Hollanda Ferreira, que afastou novamente os deputados.
Com o impedimento de Marques Luz, fica mantida a decisão do juiz. Todos os demais recursos foram anulados.
O desembargador foi o quarto membro do TJ-AL-de um
total de 11- a se declarar impedido de julgar o caso. A reportagem não conseguiu falar com
nenhum dos magistrados que
se declararam impedidos.
O Ministério Público havia
questionado também a suspeição do desembargador James
Magalhães, que, em uma conversa telefônica gravada, supostamente pede emprego para um cunhado ao deputado Cícero Amélio (PMN). Ele nega
que tenha feito o pedido.
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