São Paulo, sexta-feira, 06 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

SOS caminhão

Enquanto monitora os sinais de recuperação nas vendas produzido pela redução do IPI dos carros, o governo observa preocupado os números vindos das montadoras de caminhões, que registraram retração em torno de 20% desde o início do ano. O problema é maior na Scania, que tem quase 60% de sua produção voltada para a exportação. Mas também a Mercedes (20% para o exterior) emitiu pedido de socorro.
O governo ainda não decidiu o que fazer, mas já concluiu que a ampliação de 80% para 100% no limite de financiamento para a compra de caminhões pelo Finame (linha de crédito destinada à aquisição de máquinas e equipamentos), anunciada em fevereiro, não será suficiente para conter a sangria.




Quintal. Prefeito de São Bernardo do Campo, sede de várias montadoras, Luiz Marinho (PT) engrossa o coro pela prorrogação do IPI reduzido para carros: "Deveria durar todo o semestre, para dar mais fôlego à indústria. E o governo poderia pensar em um programa de linha de crédito para ônibus novos".

Tropa de elite. Funcionários da Usiminas em Ipatinga viram colegas demitidos serem transportados num furgão da empresa, que desde então ganhou na cidade mineira o sombrio apelido de "caveirão do desemprego".

Visão. Dilma Rousseff atrasou-se para o seminário do Conselhão, deixando à sua espera vários ministros e o próprio Lula. Ao vê-la, o presidente brincou: "Tá se achando, hein?". A ministra explicou que teve um problema com suas lentes de contato.

VIP. Foi só Dilma encerrar sua fala no seminário e se mandar que as barreiras de proteção separando o palco da plateia foram retiradas. Mesmo com Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (BC) na mesa de debates.

Vanguarda. A corrente petista "Novo Rumo", que abriga o grupo de Marta Suplicy, aprovará amanhã, em São Paulo, o primeiro documento formal à direção do partido nomeando Dilma como candidata ao Planalto. "Depois de um operário, vamos eleger a primeira mulher à Presidência", diz o texto, que termina com um "viva!" à mãe do PAC.

Em pauta 1. A CUT pediu audiência aos presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para pressionar o Congresso pela votação do projeto que diminui a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Em reunião anteontem com sindicalistas, Lula sugeriu mobilização pela proposta.

Em pauta 2. Já Temer apresentará, em reunião de líderes na próxima terça, sua proposta de matérias para o calendário legislativo. Ela inclui projetos polêmicos como os do voto secreto e do foro privilegiado, além de itens como a emenda do trabalho escravo e o estatuto florestal.

Escaninho. O corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA), vai desengavetar duas comissões de sindicância que estavam paradas, sobre as operação Aquarela, conduzida pela polícia de Brasília, e João de Barro, da PF. Ambas investigam a participação de deputados em esquemas de fraudes e desvios de recursos.

Bônus. Além de deixar a cadeira de senador para Roberto Cavalcanti (PRB) ao assumir o governo da Paraíba, José Maranhão (PMDB) indicou a mulher do ex-suplente, Sandra Moura, para tocar um programa do governo de incentivo ao artesanato, antes chefiado pela primeira-dama Silvia Cunha Lima.

Visita à Folha. David Barioni Neto, presidente da TAM, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Marcelo Mendonça, diretor de Assuntos Corporativos, Carla Dieguez, gerente de Imprensa, e Mauro Lopes, presidente da MVL Comunicação.

Tiroteio

"Para o PSDB, só merecem ser investigadas as denúncias de corrupção contra os outros."

Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), comentando a representação do tucano José Aníbal contra Luciana Genro (PSOL-RS) por ter feito denúncias contra a governadora Yeda Crusius sem apresentar provas; no Senado, Jarbas Vasconcelos fez denúncias contra o PMDB sem apresentar provas, e os colegas tucanos lhe deram todo o apoio.

Contraponto

Ato falho

Em momento descontraído de reunião no Planalto para tratar do pacote habitacional, Roberto Requião (PMDB-PR) contava a colegas governadores e a ministros suas aventuras no Carnaval do Rio. Elogiou blocos e escolas, o que levou Sérgio Cabral (PMDB-RJ) a perguntar:
-Puxa, mas por que você não foi ao meu camarote?
-Eu não quis incomodar. Você estava lá entretido com o prefeito e com o Serra...
-Que Serra o quê, Requião, era o Lula!
Requião ia se corrigindo quando foi interrompido por Cabral, que resolveu fazer piada:
-Ih, você já escolheu candidato para 2010...

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO


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