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GSI censura documentos relacionados à segurança
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) entregou ontem ao Arquivo Nacional documentos do extinto Conselho de
Segurança Nacional. Os nove
volumes com 3.000 páginas são
todos referentes a reuniões sigilosas realizadas pela Presidência da República entre novembro de 1934 e 1988.
O general Jorge Felix, ministro do GSI, disse que foram
censuradas 413 linhas -o correspondente a oito páginas. Os
documentos são inéditos e
sempre estiveram com o GSI.
Segundo Felix, foram censuradas "expressões jocosas e
ofensivas". O ministro afirma
que a censura feita pelo GSI
ocorreu para preservar as relações entre o Brasil e países vizinhos e que a maioria das linhas
são relacionadas à década de 40
e à Guerra das Malvinas (1982).
"Temos de tomar cuidado
para não ofender vizinhos só
porque alguém em um momento de descontração falou algo.
Nós estamos protegendo um
país chamado Brasil. Se alguma
coisa pode causar constrangimento, nós estamos protegendo", disse. E complementou:
"os povos são muito emotivos."
O ministro garantiu que as
tarjas que serão colocadas em
parte dos documentos que serão digitalizados pelo Arquivo
Nacional antes de ser tornarem
públicos, não escondem questões políticas.
Segundo Felix, há referências às reuniões do governo que
antecederam a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial,
à política externa e às cassações
durante o governo militar.
A leitura das atas por jornalistas e historiadores, diz Felix,
poderá mudar algumas avaliações históricas do país.
Felix entregou o material ao
diretor-geral do arquivo, Jaime
Antunes da Silva. Segundo ele,
dentro de 15 dias todos os documentos estarão digitalizados e
prontos para serem pesquisados. Silva afirmou que a tarja
colocada em cima das 413 linhas será eletrônica para que
os documentos originais não
sejam danificados. As tarjas, segundo Felix, poderão ser retiradas gradualmente, quando as
expressões censuradas deixarem de constranger o país.
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