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Cesare Battisti é condenado a pagar R$ 5 mil
Pena de 2 anos de prisão foi trocada por multa e serviço comunitário; cabe recurso
Terrorista italiano, que teve extradição decidida pelo STF e está preso em Brasília, foi julgado por usar passaporte falso para ingressar no Brasil
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O terrorista italiano Cesare
Battisti foi condenado a dois
anos de prisão, em regime aberto, por ter usado passaporte falso para entrar no Brasil.
A pena, porém, foi substituída por prestação de serviços à
comunidade e pagamento de
dez salários mínimos (R$
5.100). Ele pode recorrer da decisão, da 2ª Vara Criminal da
Justiça Federal do Rio de Janeiro, de 25 de fevereiro.
Battisti foi condenado à pena
mínima: dois anos de reclusão e
pagamento de 24 dias-multa.
Para substituir a prisão pela
restrição de direitos, o juiz federal Rodolfo Hartmann levou
em conta que Battisti não cometeu crime com violência ou
grave ameaça nem é reincidente em crime doloso no Brasil.
A Itália reivindica a extradição de Battisti, que foi condenado em 1988 por envolvimento na morte de quatro pessoas
na década de 70, quando militava no PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), da esquerda armada. O italiano alega
perseguição política e cerceamento de defesa. Ele ficou foragido inicialmente na França e,
desde 2004, no Brasil, onde foi
preso em 2007, no Rio.
Em janeiro de 2009, o então
ministro da Justiça Tarso Genro concedeu refúgio a Battisti.
Em novembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) anulou o
refúgio e autorizou a extradição
para a Itália, mas delegou a Lula a decisão final sobre ela.
Atualmente o italiano está
preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
O presidente pode decidir
que, antes de ser extraditado,
Battisti cumpra a pena pelo uso
do documento falso no Brasil.
A Folha deixou recado no telefone de Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado de Battisti, e
ligou para o seu escritório, mas
não conseguiu falar com ele.
Berlusconi
Em cima da hora, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, cancelou a visita que
faria na próxima terça-feira ao
presidente Lula.
De acordo com o embaixador
do Brasil na Itália, José Viegas,
o premiê alegou questões políticas internas no país para cancelar a vinda.
Entre os assuntos a serem
tratados, estava o caso Battisti.
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