São Paulo, sábado, 06 de março de 2010

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"Masmorra" onde Arruda está preso tem frigobar, sofá e ar-condicionado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Definida como uma "masmorra" pela defesa de José Roberto Arruda, a sala onde o governador está encarcerado há 24 dias tem 16,8 metros quadrados, um beliche, mesa com cadeira estofada, sofá de três lugares, armário, frigobar e ar-condicionado.
A descrição da cela, acompanhada de três fotos que exibem móveis novos, faz parte do ofício da Polícia Federal encaminhado à subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, responsável pela investigação do esquema de corrupção no DF.
O documento, de 23 de fevereiro, traz relato da rotina do preso, que toma banho de sol, é examinado diariamente por médicos da PF e recebe visitas dos advogados e familiares. O almoço é geralmente entregue pela mulher, Flávia, e o jantar, pelo cunhado.
O ofício foi apresentado quatro dias após Arruda ter sido transferido de uma sala com tamanho duas vezes maior, onde ficou preso nos primeiros nove dias. No ofício, a PF informa ainda que a transferência foi feita por razões de segurança, uma vez que o governador ocupava a sala de um diretor da polícia.
Ontem, Nélio Machado, advogado de Arruda, reafirmou que as condições da sala "não são dignas de uma prisão especial para governador de Estado". O advogado reclamou que Arruda precisa ir ao banheiro com a porta aberta e está impedido de receber visitas de forma reservada.
A defesa pode usar esse argumento para defender a prisão domiciliar de Arruda. O governador afastado diz sentir falta da filha caçula e apresentar variações de pressão.
"Na minha literatura, isso não é prisão especial, é violação e afronta", disse Machado, contando que, ontem, pela primeira vez, conseguiu se reunir com Arruda com a porta da sala encostada.
Além de Arruda, outras cinco pessoas foram presas acusadas de participar da tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra e de obstruir os trabalhos dos investigadores. Ao contrário do governador, os acusados foram levados para o complexo penitenciário da Papuda, onde dividem as celas com outros dois presos que têm diploma de nível superior. (FO)


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