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"Masmorra" onde Arruda está preso tem frigobar, sofá e ar-condicionado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Definida como uma "masmorra" pela defesa de José
Roberto Arruda, a sala onde o
governador está encarcerado
há 24 dias tem 16,8 metros
quadrados, um beliche, mesa
com cadeira estofada, sofá de
três lugares, armário, frigobar
e ar-condicionado.
A descrição da cela, acompanhada de três fotos que exibem móveis novos, faz parte
do ofício da Polícia Federal
encaminhado à subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, responsável pela
investigação do esquema de
corrupção no DF.
O documento, de 23 de fevereiro, traz relato da rotina
do preso, que toma banho de
sol, é examinado diariamente
por médicos da PF e recebe visitas dos advogados e familiares. O almoço é geralmente
entregue pela mulher, Flávia,
e o jantar, pelo cunhado.
O ofício foi apresentado
quatro dias após Arruda ter sido transferido de uma sala
com tamanho duas vezes
maior, onde ficou preso nos
primeiros nove dias. No ofício, a PF informa ainda que a
transferência foi feita por razões de segurança, uma vez
que o governador ocupava a
sala de um diretor da polícia.
Ontem, Nélio Machado, advogado de Arruda, reafirmou
que as condições da sala "não
são dignas de uma prisão especial para governador de Estado". O advogado reclamou
que Arruda precisa ir ao banheiro com a porta aberta e
está impedido de receber visitas de forma reservada.
A defesa pode usar esse argumento para defender a prisão domiciliar de Arruda. O
governador afastado diz sentir falta da filha caçula e apresentar variações de pressão.
"Na minha literatura, isso
não é prisão especial, é violação e afronta", disse Machado,
contando que, ontem, pela
primeira vez, conseguiu se
reunir com Arruda com a porta da sala encostada.
Além de Arruda, outras cinco pessoas foram presas acusadas de participar da tentativa de suborno do jornalista
Edson Sombra e de obstruir
os trabalhos dos investigadores. Ao contrário do governador, os acusados foram levados para o complexo penitenciário da Papuda, onde dividem as celas com outros dois
presos que têm diploma de nível superior.
(FO)
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