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CONFLITO
Ministro pedirá um inquérito contra integrantes do movimento, que se retirou de prédios públicos invadidos
Jungmann quer cobrar danos do MST
da Agência Folha
O ministro
Raul Jungmann
(Política Fundiária) disse ontem que os militantes do MST
que invadiram
os prédios do
Incra em sete Estados responderão
a inquéritos policiais.
Jungmann afirmou que os prédios serão reabertos pelos funcionários do Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária) por intermédio de oficiais de
Justiça para a avaliação dos danos
eventualmente causados pelos
sem-terra.
O ministro disse que "os danos
ao patrimônio público" serão cobrados dos sem-terra e da entidade
(MST) que promoveu a invasão.
Sobre um possível indiciamento
de líderes do MST envolvidos nas
invasões de prédios públicos,
Jungmann respondeu apenas que
"essa é uma boa pergunta para a
Polícia Federal".
Apesar de sua disposição de punir os responsáveis pelas invasões,
Jungmann afirmou que está aberto
ao diálogo, suspenso por causa de
portaria que proíbe a qualquer
funcionário do Incra negociar com
sem-terra quando há invasões de
prédios do órgão.
Disse que os movimentos sociais
devem pressionar a favor da reforma agrária, mas sem desrespeitar o
regime democrático.
"Há 47% de cortes nas verbas do
Incra, mas nós iremos reverter esses cortes até o final deste ano. Já
há R$ 200 milhões assegurados para a reforma agrária", disse ele.
Saída
Os manifestantes que invadiram
o Incra em quatro Estados Rio
Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás
e Paraíba deixaram os prédios ontem. Em Porto Alegre, os sem-terra saíram também do prédio do
Ministério da Fazenda, invadido
anteontem. Os trabalhadores rurais já tinham saído das superintendências de Pernambuco e Sergipe, anteontem.
Um acordo com o governo federal marcou para terça-feira, em
Brasília, reunião de representantes
dos sem-terra com os ministros
Jungmann e Francisco Turra
(Agricultura) e com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente.
O objetivo das invasões no Incra
era o de pressionar o governo federal a realizar modificações na política agrária e protestar contra o
corte de créditos agrícolas.
De acordo com o coordenador
do MST João Pedro Stedile, o objetivo foi também protestar contra
cortes na área social do governo.
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