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COMISSÃO ESPECIAL
Objetivo é derrubar texto de relator, que deve ser pró-Pitta
PSDB apresentará parecer
paralelo contra prefeito
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Integrante da comissão especial que
analisa denúncias
contra Celso Pitta
(PTN) na Câmara
Municipal de São
Paulo, o PSDB deve apresentar
hoje um parecer paralelo em que
defende o início do processo de
impeachment do prefeito.
As denúncias foram apresentadas ao Legislativo por integrantes
da OAB-SP. Pitta é acusado de
improbidade administrativa, de
participar de esquemas de corrupção e de usar o cargo para obter vantagem pessoal. Parte das
denúncias é baseada em acusações feitas pela ex-primeira-dama
Nicéa Pitta contra o prefeito.
A estratégia que estava sendo
discutida ontem no PSDB é conseguir já na primeira reunião da
comissão especial o comprometimento de outros integrantes de
que eles apoiarão a apuração e
não votarão a favor de um outro
parecer que será apresentado pelo
vereador Brasil Vita (PPB).
O pepebista, que era líder do governo até anteontem e sempre votou com Pitta na Câmara, é o relator oficial da comissão e deve
apresentar um parecer favorável a
Pitta, segundo avalia a oposição.
O documento do governista deve ficar pronto na semana que
vem, pois a comissão tem até a
próxima quinta-feira para tomar
uma decisão, tirada a partir de
uma votação dos pareceres que
devem ser apresentados. Essa votação pode ocorrer em qualquer
momento. Só depende da vontade da maioria da comissão.
Com o parecer paralelo, o PSDB
e seu integrante na comissão, Gilson Barreto, buscam, principalmente, o apoio do vereador Natalício Bezerra (PTB).
O governista também integra a
comissão e, embora diga que poderá mudar seu voto, nos últimos
dois dias declarou que se posicionará a favor do início do processo
de impeachment de Pitta.
No total, a comissão especial é
composta por sete integrantes e
tem poder para arquivar as denúncias contra o prefeito e livrá-lo do processo de impeachment.
Com o voto de Bezerra, PL, PT e
PSDB têm maioria para aprovar,
na comissão, o parecer paralelo e
o início do processo de impeachment. Os outros integrantes da
comissão são os vereadores Ivo
Morganti (PMDB), o presidente
Wadih Mutran (PPB) e Vita. Eles
não declaram seus votos, mas devem votar com o prefeito.
Desafios
Se a oposição, junto com o PL e
PTB, conseguir maioria para
aprovar um parecer contra Pitta,
o início do processo de impeachment de Pitta precisará ainda enfrentar mais um desafio.
Só com o voto favorável de 33
dos 55 vereadores paulistanos a
decisão será mantida em votação
em plenário, para avaliar o parecer aprovado na comissão.
Se a decisão for contra Pitta,
uma comissão processante é criada e passa a ter prazo de 90 dias
para investigar as denúncias e decidir, em um novo parecer, se o
prefeito de São Paulo deve ou não
perder o cargo.
Após essa etapa, a perda do cargo de Pitta precisa mais uma vez
ser decidida em plenário, dessa
vez com o voto de 37 de parlamentares.
Sem esse quórum, o pedido de
impeachment vai para a gaveta,
junto com outros quatro já feitos
à Câmara Municipal durante a
atual gestão.
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