São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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Lista entregue pelo vereador Carlos Neder aponta apadrinhados políticos
Ministério Público investiga Cohab

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público, vai investigar uma lista divulgada ontem pelo vereador Carlos Neder (PT) que traz apadrinhados políticos na Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação). Há a suspeita de que alguns deles são fantasmas.
A lista tem 37 nomes de servidores que trabalhariam na empresa graças à indicação de vereadores, empresários, escolas de samba e até conselheiros do TCM (Tribunal de Contas do Município). O documento relaciona o cargo dos indicados e os salários, que variam entre R$ 2.979,53 a R$ 7.700,00.
Dos funcionários nomeados, segundo Neder, dois seriam fantasmas: Guiomar Calil, que ocupa o cargo de assistente da diretoria, com salário de R$ 4.424,57, e Ricardo Viveiros de Paula, que ocupa a assessoria de comunicação social e recebe R$ 5.618,48.
Guiomar está afastada há mais de um ano para tratamento médico. O presidente do PPB paulista, Ademar de Barros Filho, marido de Guiomar, disse que "isso faz parte de um esquema da própria Cohab".
Viveiros disse que era funcionário da empresa desde 1991 e saiu em fevereiro deste ano. "Sempre trabalhei e posso provar."
"Cumpre ressaltar que esta denúncia parece confirmar as informações prestadas por dona Nicéa Pitta no que diz respeito à responsabilidade pela contratação da senhora Wally Cecília Domingos, atribuída a uma vereadora que, segundo a lista, responderia pela indicação de outros dez cargos de confiança", ressalta o texto.
Wally disse em depoimento ao Ministério Público que era obrigada a devolver parte do salário à vereadora Myryam Athiê (PMDB). A vereadora negou que a tenha indicado para algum cargo na Cohab e apontou o vereador Miguel Colasuonno (PMDB) como o responsável pela indicação da funcionária.
"Não desconheço esse nome, mas não é pessoa de meu relacionamento pessoal", disse Colasuonno.
O chefe de gabinete de Myryam, Hildebrando Carminati, disse que ela indicou seis funcionários para a empresa quando ainda ocupava a diretoria de patrimônio, e não dez como constaria da lista.


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