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INVESTIGAÇÃO
IC tem que entregar 15 computadores em 48 horas; para diretor, a perícia deveria durar 30 dias
Juiz manda devolver CPUs à prefeitura
da Reportagem Local
O prefeito de São
Paulo, Celso Pitta
(PTN), conseguiu
ontem uma autorização judicial para
receber de volta, em
48 horas, as 15 CPUs (parte operacional dos computadores) levadas por promotores da sede da
prefeitura na última sexta. As
CPUs estão no IC (Instituto de
Criminalística).
O despacho determina ainda a
lacração das entradas e saídas das
CPUs e que toda a operação seja
acompanhada por um técnico
nomeado pela prefeitura. A prefeitura quer garantir que nenhum
dado seja adicionado às CPUs.
A autorização foi assinada pelo
juiz do Dipo (Departamento de
Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária) Maurício Lemos Porto Alves. É o mesmo juiz que que expediu o mandado de busca e
apreensão para que os promotores pudessem retirar o material da
prefeitura -no caso, da Secretaria de Governo.
Por meio da análise das CPUs,
promotores do Gaeco (Grupo de
Ação Especial e Combate ao Crime Organizado) pretendem encontrar pistas para investigar denúncias de operações de suborno
entre a prefeitura e vereadores.
Há a suspeita, decorrente de denúncia anônima, de que existam
listas com movimentação de dinheiro dessas supostas operações.
A autorização do juiz foi baseada em pedido feito pela Procuradoria Geral do Município. A prefeitura alegou que o mandado de
busca e apreensão que estava nas
mãos dos promotores não autorizava a apreensão das CPUs, mas
dos "hard disks" (parte onde ficam gravadas as informações),
que são destacáveis.
De acordo com a alegação da
Procuradoria, a retirada das
CPUs "se mostrou desnecessária"
e atrapalhou o "trabalho de dezenas de funcionários".
O procurador Antônio Maciel
dos Santos argumentou ainda
que a prefeitura não ficou com cópia do auto de apreensão para saber o que foi removido.
Quando soube da autorização
judicial, o diretor do IC, Valdir
Santoro, reagiu com surpresa.
"Se for ordem judicial, em cumpro. Mas nunca vi nada parecido
em 22 anos de profissão."
Santoro afirmou que os peritos
precisam de pelo menos 30 dias
para fazer a análise do material.
Segundo ele, as CPUs e 124 disquetes só chegaram às suas mãos
às 17h20. Até ontem, estavam na
força-tarefa do Departamento de
Identificação e Registros Diversos
da Polícia Civil.
O diretor do IC nomeou três peritos criminais para analisar o
material, inclusive nos fins-de-semana. Ontem, eles se reuniram
com o delegado que preside o inquérito, Maurício Correali. De
acordo com Santoro, é possível
decifrar os arquivos, mesmo que
haja senhas.
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