São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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PAINEL

Contrapé
O jogo entre Delcídio Amaral (PT-MS) e a oposição para encerrar a CPI dos Correios tão logo fosse aprovado o relatório de Osmar Serraglio (PMDB-PR) foi combinado no gabinete do presidente da comissão. A estratégia desarmou os governistas.

Sem chance
O senador telefonou para expoentes "nitroglicerina pura" da oposição, como Heloísa Helena (PSOL-AL), e pediu que não tentassem votar destaques depois da aprovação do texto, combatido duramente pelo PT.

Deixa comigo
"Eu vou para o confronto. Vou encerrar a votação e pronto", anunciou Delcídio para Heloísa. Estavam na sala o relator-adjunto da CPI, Eduardo Paes (PSDB-RJ), e o vice-presidente Asdrúbal Bentes (PMDB-PA).

Apita o árbitro
Quando o petista José Eduardo Cardozo (PT-SP) chegou para ainda tentar argumentar que o PT votaria a favor do relatório de Serraglio caso Delcídio admitisse destaques ao texto, o tucano Paes deixou a sala. "Acabou. Ganhamos", anunciou ele.

Enquadrada geral
A cúpula de PFL e PSDB também bombardeou a idéia de entendimento, que os parlamentares da CPI admitiam. Argumentaram que, mesmo se o relatório não fosse aprovado, o governo perderia. Já a solução negociada deixaria o cheiro de pizza.

Triângulo mineiro
Há quem enxergue as digitais de Aécio Neves e José Alencar na idéia de transformar Itamar Franco candidato do PMDB a presidente. Seria uma maneira de deixar livre a vaga ao Senado em MG caso o vice-presidente não prossiga junto de Lula.

Original
De Geddel Vieira Lima (BA), peemedebista contrário à candidatura própria, sobre o fator Itamar: lunático por lunático, fico com o astronauta brasileiro.

Pau de macarrão
A mulher de Jorge Mattoso, que já o havia estimulado a dizer o que disse na PF, agora pressiona o ex-presidente da Caixa a não aliviar a barra de Antonio Palocci em seu novo depoimento dentro do inquérito da violação do sigilo do caseiro.

Agora chega
Com a absolvição de João Paulo Cunha (PT-SP) ontem no plenário da Câmara, os membros do Conselho de Ética prometiam apresentar hoje a renúncia coletiva ao órgão, que pedira a cassação do mensaleiro.

Roda da fortuna
O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), sorteará hoje o novo relator do processo contra José Janene (PP-PR) depois que Ângela Guadagnin (PT-SP) foi afastada.

Vaga aberta
Em seu parecer contra a aposentadoria de Janene por invalidez, o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) considera estranho Aldo Rebelo (PC do B-SP) ainda não ter nomeado o suplente do mensaleiro.

A missão
O Conselho de Ética estuda a possibilidade de nova representação contra o deputado Wanderval Santos (PL-SP), inocentado pelo plenário. As emendas apresentadas por ele a ONGs ligadas a assessores serão a base.

Desistir, nem pensar
Roberto Jefferson (PTB), cassado pela Câmara, prepara novo recurso contra a decisão do STF, que ontem entendeu que o ex-deputado desistira de lutar para retomar seu lugar na Casa.

Visita à Folha
Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Anderson Braga Dorneles, assessor da ministra, e de Aguinaldo Nogueira, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do deputado Julio Delgado (PSB-MG) sobre a absolvição de João Paulo Cunha (PT-SP):
-Mais um desastre para a Câmara, que absolveu um mensaleiro no dia em que a CPI dos Correios aprovou o documento provando o mensalão.

CONTRAPONTO

Agente 86

Há algumas semanas, um funcionário do gabinete do deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) chamou um colega que trabalha para o líder do partido, Rodrigo Maia (RJ). Entregou a ele um papel ofício dobrado, com o timbre da Câmara:
-Por favor, o Onyx pede que você entregue isto ao Rodrigo.
O funcionário, às voltas com a participação dos deputados nas CPIs, tomou aquilo como uma importante missão partidária.
Rapidamente, o "mensageiro" localizou Maia e cuidadosamente repassou a ele o papel.
Quando o líder abriu o bilhete, o rapaz viu que se tratava de uma lista. Estavam lá nomes de comida e de bebidas. Diante do espanto dele, Maia explicou:
-O Onyx vai fazer um jantar para a bancada na minha casa.
O "mensageiro" emendou:
-Deputado, em tempos de guerra, pensei logo que se tratasse de revelação bombástica!


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