São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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PF diz que ouvir ex-ministro em casa foi correto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, disse que ocorreu uma "falha de comunicação" no episódio em que a PF ouviu Antonio Palocci em sigilo e em casa. O órgão é acusado de conceder regalias ao ex-ministro."Foi uma atitude isolada do delegado e correta do ponto de vista da investigação", afirmou Lacerda, com a ressalva de que "poderia ter havido uma comunicação" melhor da PF no caso.
O depoimento estava previsto para acontecer às 10h de ontem, na sede da PF. Porém foi tomado anteontem no final da tarde na residência oficial da Fazenda. A decisão de ouvir o ex-ministro em outro horário foi tomada pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes, que atendeu ao pedido do advogado de Palocci, José Roberto Leal.
Segundo Leal, se o depoimento não fosse antecipado, precisaria ser adiado outra por causa dos problemas de saúde de seu cliente.
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Nicolao Dino, criticou o fato de a PF ter tomado o depoimento e indiciado Palocci em casa. "As pessoas que não mais exercem cargo público não têm porque preservar privilégios que não são inerentes àquela função pública anteriormente exercida," disse.
Para o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, não houve privilégio. "Talvez [tenha sido] para impedir um certo constrangimento, mas não há nada de anormal nisso."

Batochio
O advogado José Roberto Batochio, que também defende Palocci, negou ontem, por meio de nota, que o ex-ministro tenha sido privilegiado. "Não constitui regalia, mas sim um direito inerente a qualquer cidadão em circunstâncias especiais de saúde, a tomada de depoimento em sua própria residência ou no hospital em que se encontre mediante atestado médico e ajuste prévio com a autoridade responsável pelo inquérito." (AM, SF E AC)


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