São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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Planalto tenta barrar convocação de ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse ontem que pedirá aos aliados do governo no Congresso que tentem impedir a convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para depor no Senado ou na Câmara.
"Não há fato que justifique", afirmou Tarso à Folha.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também quer evitar o depoimento. Pediu ao presidente do Senado, o peemedebista Renan Calheiros (AL), que mobilize a ala governista do PMDB para tentar impedir a ida de Márcio Thomaz Bastos às duas Casas para tratar da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
De acordo com Tarso, se a oposição tentar aprovar o requerimento de convocação do ministro da Justiça, ele pedirá que "a base aliada não aceite".
Tarso avalia que o depoimento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci à Polícia Federal anteontem, no qual disse que auxiliares diretos de Thomaz Bastos com os quais se reuniu não viram o extrato de Francenildo nem foram informados da violação de seu sigilo bancário, torna desnecessária a ida do ministro da Justiça ao Congresso.
Apesar de atuar nos bastidores contra a ida de Thomaz Bastos ao Congresso, Renan disse ontem que o requerimento apresentado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), convocando o ministro, será votado em plenário.
"O que for necessário para esclarecer e acalmar ânimos será feito", afirmou.
O líder da oposição, senador José Jorge (PFL-PE), apresentou um requerimento para que os dois assessores de Thomaz Bastos que estiveram na residência de Palocci deponham na CPI dos Bingos. Para ele, a quebra ilegal do sigilo de Francenildo foi uma operação de governo, "com envolvimento do Coaf, da Polícia Federal e do Ministério da Justiça".
Na Câmara, um requerimento do PPS convida o ministro da Justiça a se explicar no Congresso. O presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse que consultaria os líderes partidários. (KENNEDY ALENCAR E CYNTHIA GARDA)


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