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Planalto tenta barrar convocação de ministro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse
ontem que pedirá aos aliados
do governo no Congresso que
tentem impedir a convocação do
ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para depor no Senado ou na Câmara.
"Não há fato que justifique",
afirmou Tarso à Folha.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva também quer evitar o depoimento. Pediu ao presidente do Senado, o peemedebista Renan Calheiros (AL), que mobilize a ala
governista do PMDB para tentar
impedir a ida de Márcio Thomaz
Bastos às duas Casas para tratar
da violação do sigilo bancário do
caseiro Francenildo Costa.
De acordo com Tarso, se a oposição tentar aprovar o requerimento de convocação do ministro da Justiça, ele pedirá que "a
base aliada não aceite".
Tarso avalia que o depoimento
do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci à Polícia Federal anteontem, no qual disse que auxiliares diretos de Thomaz Bastos
com os quais se reuniu não viram
o extrato de Francenildo nem foram informados da violação de
seu sigilo bancário, torna desnecessária a ida do ministro da Justiça ao Congresso.
Apesar de atuar nos bastidores
contra a ida de Thomaz Bastos ao
Congresso, Renan disse ontem
que o requerimento apresentado
pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), convocando o ministro, será
votado em plenário.
"O que for necessário para esclarecer e acalmar ânimos será
feito", afirmou.
O líder da oposição, senador José Jorge (PFL-PE), apresentou um
requerimento para que os dois assessores de Thomaz Bastos que
estiveram na residência de Palocci
deponham na CPI dos Bingos. Para ele, a quebra ilegal do sigilo de
Francenildo foi uma operação de
governo, "com envolvimento do
Coaf, da Polícia Federal e do Ministério da Justiça".
Na Câmara, um requerimento
do PPS convida o ministro da Justiça a se explicar no Congresso. O
presidente da Casa, Aldo Rebelo
(PC do B-SP), disse que consultaria os líderes partidários.
(KENNEDY ALENCAR E CYNTHIA GARDA)
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