DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem dispor ainda de autorização para gastos com emendas parlamentares neste ano, o novo coordenador político do governo, Walfrido dos Mares Guia, negocia com colegas de ministério o que vem sendo chamado de "programa de alocação", uma forma de conciliar os interesses dos políticos, a busca de votos no Congresso, a escassez de verbas e as políticas públicas.
Antes de ser nomeado para a pasta de Relações Institucionais, Walfrido foi ministro do Turismo. Nessa época, passou a procurar deputados e senadores antes mesmo da votação da lei orçamentária para uma negociação prévia das emendas.
No primeiro mandato de Lula, o Turismo se comprometeu a gastar R$ 1,2 bilhão em emendas parlamentares, dos quais R$ 600 milhões ainda estão pendentes de pagamento. Em volume de emendas liberadas, sobretudo para obras de urbanização em municípios turísticos, o ministério só perdeu para as pastas da Saúde, dos Transportes e das Cidades.
À frente da coordenação política do governo, Walfrido quer generalizar o modelo de gestão das emendas na Esplanada. A ordem é procurar parlamentares e detalhar projetos antes da liberação dos gastos com emendas. As emendas foram o grande alvo do decreto baixado em fevereiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que bloqueou parte dos gastos ministeriais.


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