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Uso de sistema no Brasil não é regulamentado
DA REPORTAGEM LOCAL
Softwares cada vez mais
avançados, que se prometem
invioláveis, são vendidos livremente no Brasil, onde
não há nenhuma legislação
específica sobre o uso de
criptografia.
"A Constituição não a
proíbe e a legislação criminal
não regula o uso da criptografia. Portanto, não há limites para seu uso. E nem deveria haver. Não se deve proibir
o instrumento, mas o uso
que se pode fazer dele. Se a
criptografia é uma mera técnica de segurança no envio
de mensagens [...], seu eventual uso para fins criminosos
certamente será punido de
acordo com alguma lei que já
existe", diz René Ariel Dotti,
professor titular de Direito
Penal da Universidade Federal do Paraná.
Para ele, a Constituição assegura a privacidade e a intimidade dos cidadãos. "Vejo
com preocupação eventual
tentativa de censura ou fiscalização de mensagens criptografadas. Como ninguém é
obrigado a produzir provas
contra si, o cidadão não poderia ser instado a fornecer a
senha da criptografia."
O advogado Renato Opice
Blum, que, em parceria com
escritórios da América Latina, criou uma rede de estudos para abordar as legislações de cada país sobre novas
tecnologias, afirmou que a
dificuldade da PF em obter
dados de uma escuta entre
investigados "é o preço do
avanço da tecnologia".
"Não vejo muito como limitar o uso da criptografia só
para situações legais. Os programas estão na internet,
acessíveis para qualquer pessoa. Na Dinamarca houve
um caso em que a Justiça
condenou um hospital que
não usava criptografia para
proteger os dados dos pacientes. O Estado de Nevada,
nos EUA, fez uma lei recentemente obrigando os setores que usam dados pessoais
a usar a proteção", disse.
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