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Suposto envio de dinheiro ao Peru será investigado
DA REPORTAGEM LOCAL
Com base no relatório da
Polícia Federal, o Ministério
Público Federal deverá levar
a Operação Castelo de Areia
ao Peru, onde a empreiteira
Camargo Corrêa, investigada
por suposta evasão de divisas
e lavagem de dinheiro, mantém uma carteira de projeto
de quase US$ 400 milhões.
Segundo a PF, o suíço naturalizado brasileiro Kurt
Paul Pickel, apontado no relatório entregue à Justiça como "articulador" do esquema ilegal, "orquestrava" remessas de dinheiro em espécie ao Peru.
"Pudemos constatar que
no período em que elas [as
entregas de dinheiro] foram
efetuadas, estavam presentes em São Paulo, oriundos
do mesmo voo do Peru, Aristoteles Santos Moreira Filho
e Reinaldo Koblinski, o que
aumenta nossas suspeitas de
que os mesmos encaminham
dinheiro do grupo para o Peru", afirma a PF.
Em uma das conversas de
Kurt captadas pela PF, ele
diz a um interlocutor não
identificado que o "cara do
Peru" vai receber "mais US$
500 mil". Moreira Filho e
Koblinski, segundo a PF, trabalhariam para construtura
no Peru. Eles também foram
investigados, mas não chegaram a ser presos na operação
Castelo de Areia como Kurt e
outros quatro diretores da
Camargo Corrêa, que deixaram a carceragem da polícia
sábado passado.
De acordo com a Procuradoria Federal, será feita uma
nova avaliação da participação dos envolvidos nos supostos crimes investigados
pela operação e a sua relação
com as obras da construtora
no Peru.
Somente após a análise
dos documentos apreendidos pela PF é que deverá ser
dado andamento ao caso e
formulado um pedido de
cooperação a ser enviado às
autoridades peruanas.
Outro país que também
deverá ser acionado para
cooperar é o Uruguai, onde,
segundo a PF, atuam doleiros ligados a Kurt. O relatório cita depósitos, que somam US$ 810 mil, em três
contas no exterior.
Outro lado
Por meio de um advogado,
a Camargo Corrêa afirmou
que desconhecia a afirmação
da polícia e reiterou que não
cometeu as ilegalidades das
quais é acusada no caso.
Alberto Toron, advogado
de Pickel, nega que seu cliente seja "articulador" dos supostos crimes.
"Ele nunca enviou dinheiro para ninguém. É um homem com uma reputação no
mercado financeiro", afirmou Toron.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG e LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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