|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Marina discute enchente, mas poupa Serra
Em reunião com prefeitos paulistas afetados pelas cheias, senadora diz que problema é dever de governos estadual e federal
"É claro que isso [solucionar o problema das enchentes] é um desafio a médio e longo prazo, e cada governo deve fazer a sua parte", afirma ela
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
|
|
Marina Silva, em visita a cidades do Grande ABC (SP)
DA REPORTAGEM LOCAL
Em reunião cuja pauta central era o problema das enchentes na região do Grande ABC, a
senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência da República, evitou críticas
diretas a José Serra (PSDB-SP),
que acabou de deixar o governo
de SP, e afirmou que o problema é de responsabilidade dos
governos estadual e federal.
Os estragos causados pela
chuva em São Paulo são um dos
pontos que a campanha da pré-candidata petista, Dilma Rousseff, deve explorar como vulnerabilidade de Serra. Somente
no último verão, 78 pessoas
morreram em todo o Estado
em consequência da chuva, deixando 22 mil desalojados.
Na reunião, ontem de manhã, em Santo André, com os
sete prefeitos do Consórcio Intermunicipal Grande ABC
-entre os quais apenas o de Rio
Grande da Serra, o menor deles, é do PSDB-, a Folha apurou que Marina não apontou
responsáveis pelo problema.
Depois, em entrevista coletiva, seguindo essa mesma linha,
disse que não entraria no "discurso fácil" de creditar a Serra
a responsabilidade por um
"problema estrutural".
"É claro que isso [solucionar
o problema das enchentes] é
um desafio a médio e longo
prazo, e cada governo deve fazer a sua parte", disse.
Para a pré-candidata, cabe
avaliar se "durante o seu governo, aquilo que era necessário
ser feito nesse espaço de tempo
proporcional ao tamanho do
problema, foi feito". Segundo
ela, mortes em decorrência de
chuvas devem ser cobradas dos
"governos [estadual e federal]".
A opção por evitar um confronto direto contra Serra ou
Dilma ficou simbolizada, na
entrevista, no momento em
que a senadora falou sobre a
suposta vantagem que terá
com a desincompatibilização
dos adversários de seus cargos.
"O fato de que agora estamos
todos, metaforicamente falando, no mesmo tatame, também
já é uma coisa boa, porque assim vai ser... Tatame não é uma
boa metáfora, parece coisa de
luta, né? Então, vou retirar o
tatame. Estamos na mesma
condição", corrigiu-se Marina.
O embaixador Rubens Ricupero negou ontem que esteja
colaborando com a campanha
de Marina. Segundo Ricupero,
o convite foi feito há cerca de
dois meses, mas ele declinou.
(BRENO COSTA)
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Foco: No Twitter, Serra invoca imperador romano e diz que "sorte está lançada" Próximo Texto: Lula pede que nova equipe acelere obras Índice
|