São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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Marina discute enchente, mas poupa Serra

Em reunião com prefeitos paulistas afetados pelas cheias, senadora diz que problema é dever de governos estadual e federal

"É claro que isso [solucionar o problema das enchentes] é um desafio a médio e longo prazo, e cada governo deve fazer a sua parte", afirma ela

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Marina Silva, em visita a
cidades do Grande ABC (SP)


DA REPORTAGEM LOCAL

Em reunião cuja pauta central era o problema das enchentes na região do Grande ABC, a senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência da República, evitou críticas diretas a José Serra (PSDB-SP), que acabou de deixar o governo de SP, e afirmou que o problema é de responsabilidade dos governos estadual e federal.
Os estragos causados pela chuva em São Paulo são um dos pontos que a campanha da pré-candidata petista, Dilma Rousseff, deve explorar como vulnerabilidade de Serra. Somente no último verão, 78 pessoas morreram em todo o Estado em consequência da chuva, deixando 22 mil desalojados.
Na reunião, ontem de manhã, em Santo André, com os sete prefeitos do Consórcio Intermunicipal Grande ABC -entre os quais apenas o de Rio Grande da Serra, o menor deles, é do PSDB-, a Folha apurou que Marina não apontou responsáveis pelo problema.
Depois, em entrevista coletiva, seguindo essa mesma linha, disse que não entraria no "discurso fácil" de creditar a Serra a responsabilidade por um "problema estrutural".
"É claro que isso [solucionar o problema das enchentes] é um desafio a médio e longo prazo, e cada governo deve fazer a sua parte", disse.
Para a pré-candidata, cabe avaliar se "durante o seu governo, aquilo que era necessário ser feito nesse espaço de tempo proporcional ao tamanho do problema, foi feito". Segundo ela, mortes em decorrência de chuvas devem ser cobradas dos "governos [estadual e federal]".
A opção por evitar um confronto direto contra Serra ou Dilma ficou simbolizada, na entrevista, no momento em que a senadora falou sobre a suposta vantagem que terá com a desincompatibilização dos adversários de seus cargos.
"O fato de que agora estamos todos, metaforicamente falando, no mesmo tatame, também já é uma coisa boa, porque assim vai ser... Tatame não é uma boa metáfora, parece coisa de luta, né? Então, vou retirar o tatame. Estamos na mesma condição", corrigiu-se Marina.
O embaixador Rubens Ricupero negou ontem que esteja colaborando com a campanha de Marina. Segundo Ricupero, o convite foi feito há cerca de dois meses, mas ele declinou.
(BRENO COSTA)


Colaborou a Reportagem Local


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