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Lula pede que nova equipe acelere obras
"Querem segurar minha voz, mas ninguém vai me segurar", afirma presidente, em reunião que marcou estreia de 11 ministros
Petista diz que quer encerrar o maior número de obras até o final do mandato e que fará campanha para Dilma após o fim do expediente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou ontem a reunião ministerial de quatro horas para mandar sua nova equipe acelerar a conclusão de
obras e enfatizar que fará campanha para sua candidata Dilma Rousseff (PT).
Durante o encontro, que
marcou a estreia de 11 ministros, Lula mandou um recado
claro à oposição. "Querem segurar minha voz, mas ninguém
vai me segurar", disse, acrescentando que tem partido e
candidata e que fará campanha
para ela fora do expediente e
nos fins de semana.
O vice, José Alencar (PRB),
discursou na mesma linha. Ele
reconheceu que todos precisam ter "cautela" para evitar
problemas com a Justiça Eleitoral, mas isso não significa ter
"medo" da ofensiva eleitoral.
Na primeira reunião com os
novos titulares de pastas estratégicas como Casa Civil e Minas
e Energia, Lula deu ordem expressa: agilizar as obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) para inaugurar
todas as que forem possíveis
até o fim do governo.
O PAC é considerado pelo governo como a principal vitrine
eleitoral de Dilma, chamada
por Lula de "mãe" do programa, e a inauguração das obras
previstas serve de palanque para o presidente e para a ex-ministra em ano eleitoral.
Lançada no dia 29 de março,
a segunda versão do PAC está
inflada, como a Folha mostrou,
com uma série de ações que
constavam do primeira etapa.
Outra reportagem mostrou
que o governo maquiou balanços do programa para esconder
atrasos nas principais obras.
"O presidente afirmou que
quer participar das inaugurações dos projetos porque tem
várias obras no Brasil inteiro
para inaugurar", disse Alexandre Padilha (Relações Institucionais) após a reunião.
Lula citou dados no PAC, dizendo que nos dois primeiros
meses deste ano houve aumento de 136% na execução das
obras em comparação ao mesmo período de 2009. Segundo
o último balanço do governo,
porém, foi concluído pouco
mais de 40% do programa, que
termina neste ano.
O presidente também pediu
aos novos ministros que não
inventem, apenas cumpram o
que está em andamento.
O encontro foi dividido em
três partes: na primeira, o advogado-geral da União, Luiz
Inácio Adams, falou sobre a Lei
Eleitoral e restrições impostas
ao governo. Depois, o ministro
Guido Mantega (Fazenda) avaliou a economia e fez projeções
para o ano e, no final, Lula pediu agilidade nas obras e nos
investimentos e que não haja
descontinuidade dos projetos.
Ética
Sobre a disputa entre PT e
PSDB à Presidência, Padilha se
antecipou a um tema inerente
ao debate, dizendo que o governo não teme questões éticas.
"Nós queremos entrar nesse
debate sobre a ética, temos o
que mostrar sobre a aliança
PSDB e DEM. O PSDB e o DEM
não têm moral para falar sobre
tema ético do governo do presidente Lula. Nós temos o que
mostrar, o que o nosso governo
fez no combate à corrupção, na
atuação da CGU, da Polícia Federal, e o que foi feito pelos governos anteriores", disse.
Lula pediu que a AGU (Advocacia-Geral da União) tenha canal aberto com os ministros para discutir dúvidas sobre o processo eleitoral. Segundo Padilha, a principal questão foi sobre a publicidade institucional.
Quanto à participação de Dilma em eventos do governo, o
ministro afirmou que caberá à
coordenação de sua campanha,
mas reiterou que ela tem passe
livre para participar de atos até
o início de julho, data do registro oficial de sua candidatura.
"Não existe vedação a nenhum pré-candidato de participar de qualquer atividade de
inauguração de obras. Essa vedação existe a partir da data em
que se oficializa a candidatura."
(SIMONE IGLESIAS, LEILA COIMBRA e VALDO CRUZ)
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