São Paulo, sábado, 06 de maio de 2000


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OAB vê medidas como "truculentas"

da Sucursal de Brasília

O ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) se reuniu ontem com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Reginaldo de Castro, para apresentar as medidas do pacote antiinvasão do governo.
Castro classificou as medidas de "truculentas". "Isso parece coisa do governo militar, quando queria ameaçar alguém", afirmou.
Ele se referia principalmente ao fato de a Polícia Federal ter agora um departamento para cuidar apenas de inquéritos relativos à violência no campo.
Castro também condenou as invasões de prédios públicos pelo MST, mas defendeu que os sem-terra sejam ouvidos pela equipe econômica : "Se o (ministro da Fazenda, Pedro) Malan recebe o FMI, porque não recebe os sem-terra?".
Ele afirmou que a OAB vai examinar a legalidade das medidas.

Petistas
Líderes petistas manifestaram ontem apoio à disposição do MST de voltar a invadir prédios públicos caso o governo não retome as negociações.
Segundo os petistas, o partido não apóia depredação de prédios e a manutenção de funcionários como reféns, mas entende que a invasão de prédios públicos e de fazendas improdutivas é uma forma de pressão dos sem-terra.
O PT na Câmara, Aloizio Mercadante (SP). e o deputado José Genoino (PT-SP) acompanharam ontem pela manhã a desocupação do prédio da superintendência do Incra em Brasília.
Genoino disse que é "legítima" a invasão de terras improdutivas e de prédios públicos. "Não é legítimo quebrar prédios públicos nem fazer reféns. Isso fere o direito de ir e vir", afirmou.
Para os deputados petistas, com o anúncio do pacote de medidas na área de reforma agrária, que inclui a criação de uma divisão na PF para cuidar de conflitos agrários, o governo dificulta a negociação com os trabalhadores rurais.
"Com essas medidas, o governo fecha o diálogo, criminaliza o movimento e retrocede na reforma agrária", afirmou Mercadante.


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