São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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NOVO ESCÂNDALO

Maioria dos deputados cujos nomes aparecem na lista do Ministério Público argumenta não ter verba liberada para saúde

Suspeitos dizem não saber por que são citados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dos deputados ouvidos pela Folha, a maioria diz não saber o motivo de seu nome estar na lista do Ministério Público, principalmente por não ter verba liberada para a área da saúde. Alguns atribuíram a responsabilidade pela compra das ambulâncias às prefeituras. Apenas um confirmou conhecer a empresa, mas negou envolvimento em irregularidades. Da lista, 15 não responderam e o restante não foi localizado. Leia a seguir as respostas dos parlamentares sobre o caso.
 

Almir Moura (PFL-RJ) - A assessora Jussara Almeida, que trata do acompanhamento da execução das emendas do deputado, informou não saber do esquema e disse estar surpresa.

Denise Frossard (PPS-RJ) - Disse que "nunca ouviu falar nessas pessoas [da empresa Planam]" e que proíbe qualquer assessor ou funcionário de seu gabinete de freqüentar a comissão de Orçamento, segundo ela, "um antro de corrupção" e de "vampiros de emendas". Ela também forneceu uma lista com todas as suas emendas para checagem.

Edna Macedo (PTB-SP) - O marido da deputada, Octavio José Sampaio Fernandes Filho, informou anteontem considerar estranha a prisão do filho Octavio José Bezerra Sampaio Fernandes, funcionário do gabinete até 2004.

Edson Ezequiel (PMDB-RJ) - A assessoria do deputado informou que ele sempre colocou emendas na área de saúde, mas só acompanha se ela é empenhada ou não.

Eduardo Gomes (PSDB-TO) -"Sou da oposição e tenho uma execução de emendas sofrível. Consegui um pequeno número de ambulâncias e, mesmo assim, foram compradas de quatro ou cinco empresas. Pedi para fazer um levantamento com os prefeitos."

Eduardo Paes (PSDB-RJ) - "Não faço idéia [do porquê de envolvimento do nome dele na lista]. Nem desconfio o motivo."

Isaías Silvestre (PSB-MG) - A assessoria informou que o deputado "se diz inocente da acusação", mas que ele só se pronunciará após ler o inquérito.

Itamar Serpa (PSDB-RJ) - Informou, por meio da assessoria, que "nada o preocupa porque não tem nenhum vínculo com as empresas investigadas e nenhum assessor está envolvido".

João Batista (PP-SP) - Segundo a assessoria, "não cometeu nenhuma irregularidade" e seu nome só consta da lista porque direcionou emendas para ambulâncias.

João Caldas (PL-AL) - Disse que a menção a ele é superficial e que não negociou com os empresários presos. "Nem eu nem assessor meu fez negócio com ele. Tem que separar o joio do trigo".

João Correia (PMDB-AC) - Disse ter emendas referentes à compra de ambulâncias, mas "desconhece irregularidade" em processos de licitação. "Sou de oposição".

João Magalhães (PMDB-MG) -Afirmou que "nem imagina" porque seu nome aparece na lista e disse ter "quase certeza" de que as dez ambulâncias das quais empenhou emendas não foram negociadas com a empresa Planam.

João Mendes de Jesus (PSB-RJ) -Exonerou o assessor Regis Morais Galheno e disse que não participou de negociatas.

José Militão (PTB-MG) - Admitiu ter tratado pessoalmente com o próprio dono da Planam, mas negou envolvimento em irregularidades e disse que a empresa perdeu todas as licitações porque as ambulâncias eram muito caras.

Laura Carneiro (PFL-RJ) - Disse que, no seu caso, o assessor citado chama-se Carlos Augusto Haasis Neto. Segundo ela, Augusto é um "amigo", ex-secretário em Valença (RJ) e, nos últimos tempos, "trabalhava em campanha" para ela. "Ele faz política, quem está no Rio não cuida do meu mandato."

Lino Rossi (PP-MT) - Divulgou uma nota em que confirma ter destinado entre 1999 e 2002 emendas para a compra de ambulâncias, mas disse que sua responsabilidade terminou "a partir do momento em que oficializou ao Ministério da Saúde a destinação de suas emendas naquele órgão".

Marcelo Ortiz (PV-SP) - "Não tenho idéia do motivo do envolvimento do meu nome. Levei um susto. Envio emendas para prefeitos que nem conheço."

Nelson Bornier (PMDB-RJ) - "Sou oposição ao governo e do grupo do ex-governador Anthony Garotinho [PMDB]. Por ser da oposição nunca consegui liberação de emenda e certamente não teria porque entrar nessa."

Paulo Magalhães (PFL-BA) - "Não tenho idéia do motivo de meu nome estar envolvido. Apresentarei um requerimento na segunda-feira pedindo explicações aos ministros da Justiça e da Saúde."

Raimundo Santos (PL-PA) - O gabinete encaminhou a reportagem à liderança do PL, cuja assessoria disse estar apurando os motivos pelos quais deputados do partido constam da lista. Segundo a assessoria, não há indícios de envolvimento de parlamentares do PL no esquema, com exceção do ex-deputado Bispo Rodrigues (RJ).

Reginaldo Germano (PP-BA) -Acredita constar da lista por ter uma funcionária, Suelene Almeida, investigada pela PF, além de ter apresentado emendas para a compra de ambulâncias. "Conheço ela [Suelene] muito bem, não acredito que ela esteja envolvida".

Reinaldo Gripp (PL-RJ) - A assessoria informou que o deputado só assumiu o posto em setembro do ano passado.

Ricarte de Freitas (PTB-MT) - Por meio da assessoria, disse estar tranqüilo. Afirmou ter destinado emendas à compra de ambulâncias, o que explicaria seu nome na relação de investigados, mas ressalvou que a responsabilidade pela escolha da empresa fornecedora é das prefeituras.

Rodrigo Maia (PFL-RJ) - Considerou "absurda" a divulgação de uma lista em que possíveis envolvidos e pessoas apenas citadas nas investigações sejam colocadas no mesmo patamar. "Não tenho nenhum envolvimento. Minhas emendas estão à disposição".

Severiano Alves (PDT-BA) - Disse que apresentou emendas para compra de ambulâncias beneficiando duas cidades, sendo que uma delas não foi liberada.

Thelma de Oliveira (PSDB-MT) -Segundo sua assessoria, a deputada já desmontou suspeitas anteriores de envolvimento no caso.

Wellington Roberto (PL-PB) -Afirmou ter apresentado emendas para a compra de ambulâncias, mas os municípios não teriam adquirido os veículos de empresas do esquema.


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