São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Ensaio geral

Caberá ao ministro José Múcio (Relações Institucionais) pavimentar o caminho para que a ida de Dilma Rousseff à Comissão de Infra-Estrutura do Senado, amanhã, seja o mais indolor possível. Ele terá encontro hoje com os líderes governistas para fechar um plano de blindagem da chefe da Casa Civil que não melindre a oposição. Tudo para que a outra convocação de Dilma, esta específica sobre o caso do dossiê, seja derrubada sem maiores protestos.
Ficará combinado que, se for questionada sobre o papelório de gastos de FHC, ela será vaga, mas não arisca. Dirá que há uma investigação em curso no Planalto e outra na PF, e logo algum aliado se encarregará de lembrar do tema da convocação: obras do PAC.



Paiol 1. Nas conversas de ontem com o presidente do STF, Gilmar Mendes, lideranças políticas de Roraima defenderam a idéia da criação de áreas de exclusão na reserva indígena Raposa-Serra do Sol, o que permitiria a atividade econômica nesses locais.

Paiol 2. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu a intervenção da Polícia Federal para assegurar a paz e impedir incidentes como o dos índios baleados ontem. Pelo menos até que o Supremo se manifeste definitivamente sobre a demarcação da reserva.

Sem passaporte 1. No abarrotado palanque de Lula em Teresina, chamou a atenção a presença do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Será que ele acha que o Piauí fica em outro país?", perguntou um curioso.

Sem passaporte 2. O chanceler tem participado de várias agendas domésticas com Lula. Diz que o faz a pedido do presidente, que quer vê-lo informado sobre o que o governo faz Brasil afora. No Itamaraty, porém, há quem atribua essa milhagem toda a ambições políticas de Amorim.

Vizinhança. Lula telefonou na sexta-feira para o presidente do Peru, Alan Garcia. Vai aproveitar ida a Lima na semana que vem, em razão da Cúpula América Latina-União Européia, para fazer uma visita de chefe de Estado ao colega. Disse que levará empresários na comitiva.

Sem-tela. Geraldo Alckmin ficará de fora das inserções partidárias do PSDB-SP na televisão, que irão ao ar a partir de amanhã com José Serra como protagonista. O ex-governador só deve aparecer no vídeo em junho, depois de resolvido o impasse em torno de sua candidatura a prefeito.

Radicais. Os alckmistas mais fervorosos falam em submeter ao PSDB uma chapa de candidatos à Câmara que excluiria os atuais vereadores, quase todos apoiadores de Gilberto Kassab (DEM). O ex-governador faz linha mais moderada: está agendando encontros para aparar arestas com os kassabistas.

Estamos aí. As declarações de Jilmar Tatto fazendo pouco do PR, que pediu mundos e fundos em troca do apoio ao PT em São Paulo, firmaram convicção entre seus correligionários: o deputado está louco para que Marta Suplicy fique sem alianças e abra para ele a vaga de vice.

Foco. A fim de atrair o "bloquinho" para Marta, o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, e o presidente da sigla em São Paulo, José Américo, reúnem-se hoje em Brasília com Márcio França (PSB) e Paulinho (PDT).

Solo. Com dificuldade para fechar alianças, Maria do Rosário (PT) tem concentrado seus esforços na "aproximação com os movimentos sociais" em Porto Alegre.

Bola dividida. O PR do ex-governador Lúcio Alcântara, embora cortejado pela senadora Patrícia Saboya (PDT) na eleição de Fortaleza, está mais próximo de fechar acordo com o DEM do ex-deputado Moroni Torgan.

Tiroteio

Depois de perceber que deu certo copiar a política econômica de FHC, Lula quer agora se apropriar das idéias de Sarney.

Do deputado RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP), fazendo um paralelo entre a campanha "seja fiscal do Sarney", lançada à época do Plano Cruzado, ao pedido de Lula para que a população fiscalize os postos de combustíveis e denuncie eventuais aumentos de preço da gasolina.

Contraponto

Rima fácil

A ex-senadora Heloísa Helena (AL), o deputado Chico Alencar (RJ) e outros integrantes do PSOL se encontraram na sexta-feira passada em um bar no bairro da Gamboa, um dos redutos do samba no Rio de Janeiro.
O grupo batia um papo animado quando o músico da casa deu início aos primeiros acordes de "Lama", cuja letra diz: "Me entristeceu, ouvi dizer que pra subir você desceu, você desceu..."
Heloísa Helena e colegas, ex-petistas em sua maioria, logo se entusiasmaram com os versos. Em sintonia, o músico resolveu adaptar a canção:
-Ouvi dizer que pra subir você desceu... José Dirceu!


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