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São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2003

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PAINEL

Interesse em comum
Lula contou com o apoio dos governadores tucanos para aprovar a reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Na véspera, sete dos oito deputados do PSDB prometiam votar "não". Com a pressão estadual, o partido acabou dando cinco votos ao texto.

Orelha quente
A articulação foi comandada por Geraldo Alckmin (SP), Aécio Neves (MG) e Lúcio Alcântara (CE), com o apoio de Jutahy Jr., líder do PSDB. Três deputados tucanos acabaram substituídos na CCJ e outros dois foram convencidos a mudar o voto.

Deixa comigo...
Na reunião com a cúpula do PMDB, Lula culpou ministros pela demora nas nomeações de apadrinhados da sigla. Disse que muitos estão "resistentes", mas que mandaria José Dirceu (Casa Civil) resolver o problema.

...que tentarei lembrar
Lula perguntou a Eunício Oliveira (PMDB-CE) se Paes de Andrade, sogro do deputado, já assumira a Embaixada do Brasil em Lisboa: "Mas o senhor só mandou a indicação dele ao Senado hoje (ontem), presidente", corrigiu o líder peemedebista.

E agora, ministro?
Miro Teixeira (Comunicações) recebeu um ultimato do Planalto: ou muda de partido ou terá de deixar o ministério. Após o rompimento público de Leonel Brizola com o governo, não há como o PDT continuar com um assento na Esplanada.

Sem essa
O Planalto trabalha para filiar Miro Teixeira ao PMDB. O partido, no entanto, diz que a eventual filiação do ministro não preencherá a cota que considera ter direito no governo.

Apoio partidário
O deputado Átila Lins (PPS-AM) vai propor à bancada do seu partido que apresente emenda coletiva prorrogando os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus por mais dez anos (de 2013 para 2023).

Preservar a imagem
João Paulo pediu a aliados que defendam publicamente a convocação extraordinária de julho. Quer reduzir o desgaste que sofreu depois que petistas defenderam a devolução do pagamento correspondente.

Vingança radical
José Dirceu (Casa Civil) disse a Eduardo Suplicy (PT-SP) que passará a considerá-lo um "inimigo" se o senador testemunhar na Comissão de Ética do PT em favor de Heloísa Helena.

Frente de oposição
Garotinho (PSB) telefonou para "petistas radicais" convidando-os a fazer parte de uma passeata contra as reformas de Lula, na terça, no Rio. O refrão principal do ato será "Acorda, Lula, antes que seja tarde".

Se ficar o bicho pega
Ao reclamar insistentemente dos juros, José Alencar colocou Lula numa armadilha, na avaliação de estrategistas políticos: se o governo baixá-los na próxima reunião do Copom, ficará a impressão de que cedeu à pressão. Se não, dirão que é birra.

Crítica interna
Líder do PL no Senado, Magno Malta promete telefonar a José Alencar a fim de dizer-lhe que considera "muito cedo" para criticar a política econômica de Lula. Acha que o vice deveria discutir com o partido suas posições antes de externá-las.

Troca de cotoveladas
O deputado João Caldas (PL), por sua vez, defende o vice: "As palavras de José Alencar não causam tanto mal ao governo quanto o silêncio dos que têm disputado uma verdadeira guerra surda no poder".

Visita à Folha
Salvador Arriola, cônsul geral do México em São Paulo, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ironizando as vaias que Lula recebeu em evento da CUT:
- A culpa é de quem organiza a agenda do Lula. Se o presidente tivesse ido à Febraban, teria sido aplaudidíssimo. Os banqueiros o teriam recebido com o novo hino do PT: "juros lá, brilha uma estrela..."

CONTRAPONTO

Não entra mosquito

Há três semanas, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) promoveu em São Paulo a abertura da 19ª convenção do setor. O governador Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), estavam entre os convidados de honra.
Em março deste ano, na primeira vez em que participou de evento da Apas, João Paulo causou polêmica. Na ocasião, fez uma avaliação crítica dos primeiros meses da gestão Lula. Disse que o governo estava "batendo cabeça" na articulação política.
Ao iniciar seu discurso na convenção, João Paulo fez uma espécie de mea-culpa:
- Desta vez, vou falar bem pouco para não correr riscos.
Alckmin, que discursou na sequência, ironizou:
- Eu, então, não falarei quase nada para correr ainda menos riscos...


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