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São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2003

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Novo procurador quer trabalho em equipe e coesão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Indicado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Procuradoria Geral da República, Claudio Lemos Fonteles, 56 anos, 30 dos quais no Ministério Público Federal, disse ontem que pretende tornar o ministério uma instituição coesa e que trabalhe mais em equipe.
"Sou mais velho, e os mais velhos têm que mostrar caminhos, têm que ser guias, mas não tutores", afirmou pouco antes de participar da solenidade de posse do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa. Ele também defendeu mudanças na escolha do procurador-geral, que seria por meio de lista tríplice. Veja abaixo os principais trechos da entrevista de Fonteles.
 

Pergunta - Há críticas à divisão existente hoje no Ministério Público Federal. Uma delas diz que falta coesão no trabalho dos procuradores que não seguiriam uma linha institucional...
Claudio Fonteles
- Pretendo por em prática a filosofia que sempre segui na vida, que é trabalhar em equipe. Não sei trabalhar sozinho, o que significa mostrar-se para o povo, porque público é aquele que sabe trabalhar e em equipe. Senão seria ministério privado.

Pergunta - Outra crítica frequente se refere ao número de processos que são arquivados.
Fonteles
- Cada ser humano tem uma maneira de agir, e vocês verão a minha. Brindeiro [o atual procurador-geral Geraldo Brindeiro] é um colega -e eu o respeito-, que voltará a trabalhar conosco. Na minha maneira de trabalhar, efetivamente nunca deixei nenhum processo parado lá no meu gabinete.

Pergunta - O senhor defende a mudança na forma de nomear o procurador-geral?
Fonteles
- É vital para o Ministério Público Federal que, na reforma do Judiciário, a escolha do procurador-geral se dê por uma processo em que a classe apresentaria uma lista tríplice ao presidente da República que escolheria um dos três nomes e encaminharia ao controle do parlamento.

Pergunta - Qual sua opinião sobre a chamada lei da mordaça?
Fonteles
- Completamente contra.

Pergunta - Os procuradores cometem excessos?
Fonteles
- Em algum momento pode haver uma empolgação maior da pessoa. E aí vem a tarefa daquele que é mais velho, de sentar, olhar nos olhos, conversar.


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