PAULO DANIEL FARAH
ESPECIAL PARA A FOLHA

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África -de 3 a 10 de agosto, para Angola, Moçambique, África do Sul, Namíbia e São Tomé e Príncipe- tem como objetivo "expandir a geografia do Brasil no continente".
"O governo anterior tinha uma política para a África onde havia praticamente só países de língua portuguesa e África do Sul", afirma Irene Vida Gala, 41, que é chefe da Divisão da África 2, do Departamento da África e Oriente Próximo do Ministério das Relações Exteriores. Gala participa, entre 9 e 10 de agosto, do Fórum Brasil África, em Fortaleza, para discutir as relações bilaterais.
Segundo ela, "o Brasil está fechando um contrato para a venda de barcos-patrulha" para Namíbia. Já "a África do Sul é um importante parceiro do Brasil" e tem um importante acordo de ciência e tecnologia com o Brasil.
Para Irene Gala, "o governo anterior tinha uma política para a África onde havia praticamente só países de língua portuguesa e África do Sul. Como esses países estão consolidados na parceria com o Brasil, o atual governo tem a proposta de expandir isso para o resto do continente africano".
O ministro Celso Amorim "deve ir ao Senegal, e há um convite para o presidente do Senegal vir ao Brasil. O ministro também irá ao Egito. A idéia é expandir a geografia do Brasil na África".
Segundo ela, "há importantes temas na agenda internacional que não são exclusivamente resultado do investimento financeiro. O principal gesto da diplomacia brasileira nos últimos 25 anos foi o reconhecimento de Angola e o apoio ao governo angolano. Isso custou muito pouco ao Brasil". Além disso, existem "recursos do BNDES para a internacionalização de empresas brasileiras. A linha de crédito já existe".
Na área acadêmica, segundo ela, "cada vez mais os países de língua portuguesa vêm buscar parcerias no Brasil. Na área de saúde, em breve será firmado um acordo para que um laboratório de Goiânia se instale em Angola para a produção de genéricos".


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