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O DEPUTADO
Ele foi investigado pela CPI do Orçamento
Petebista liderou tropa de choque de Collor
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Militante da tropa de choque
do presidente Fernando Collor,
o performático Roberto Jefferson, 51, sobreviveu a momentos
turbulentos da política nacional.
Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra
CPI, a do Orçamento.
Em 1993, seu nome foi citado
entre os envolvidos no esquema
de propina na Comissão de Orçamento. Em 1994, durante depoimento, Jefferson chorou por
duas vezes, lamentando o fato
de sua família ter sido exposta.
No relatório, foi incluído na
lista de 14 parlamentares sobre
os quais seria necessária maior
investigação. Seu capítulo ocupou uma página do relatório do
hoje desafeto Roberto Magalhães (PE). Nele, a conclusão era
que, com crédito total de US$
470 mil em cinco anos, seu patrimônio e movimentação bancária seriam compatíveis com o
rendimento. A Subcomissão de
Patrimônio teria constatado,
porém, a existência de bens não
declarados à Receita.
Já no governo Fernando Henrique Cardoso -para o qual fez
indicações, como a do titular da
Delegacia do Trabalho do Rio-
Jefferson teve papel fundamental para o rompimento do PSDB
com o PFL: no prazo fatal, o então líder do PTB formalizou um
bloco com a bancada tucana,
permitindo que o deputado Aécio Neves (MG) concorresse à
presidência da Câmara, vaga
prometida ao pefelista Inocêncio Oliveira (PE).
No ano seguinte, apoiou Ciro
Gomes à Presidência da República. Até então, compara petistas ao demônio. Um deles foi o
hoje líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
Após a eleição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, disse
que, apesar das diferenças, PTB
e PT se uniriam "com afeto". A
partir daí, fixou uma estratégia:
aceitar cargos pouco expressivos, como o Ministério dos Esportes, para crescer dentro do
governo e poder exigir mais.
Com o crescimento da bancada, Roberto Jefferson começou a
exigir mais e a se queixar publicamente do não-atendimento
das reivindicações.
Como presidente do PTB, ano
passado, determinou a aliança
com o PT nas capitais para as
eleições de 2004, contrariando a
filha, aliada a Cesar Maia (PFL)
no Rio. Em troca, o PT ajudaria
financeiramente o PTB.
Jefferson conquistou notoriedade como advogado de pobres
no popular "O Povo na TV", na
década de 80. Armado e com 170
quilos, Jefferson admite: "Era
um troglodita". Hoje, mesmo
com a redução do estômago e as
aulas de canto, reage quando pedem calma: "Mudei. Mas não virei Mary Poppins".
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