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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Mais do que irmão
Quem priva da intimidade do presidente da República avalia que o indiciamento do irmão Vavá pela PF
embute menos dano potencial do que a presença, entre os presos na Operação Xeque-Mate, de Dario Morelli Filho, faz-tudo de Lula desde meados da década
de 90 até a eleição de 2002 e ainda hoje um auxiliar
íntimo o bastante para lhe fazer companhia durante o
Carnaval passado no Guarujá, litoral paulista.
"O Dario é mais próximo do Lula do que o irmão",
afirma um petista graúdo sobre o ex-segurança, agora
acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.
"Entrava e saía da casa do Lula sem pedir licença."
Multiuso 1. Definição de
quem conhece os personagens de longa data: "O Dario é
uma espécie de dobradiça do
Lula e do Paulo Frateschi"
(presidente do PT paulista).
Servia tanto para cuidar da segurança como para providenciar a cerveja do churrasco.
Multiuso 2. Assim como
Frei Chico, outro irmão de
Lula, Dario também era encarregado de "cuidar da família", aí compreendido não
apenas o núcleo formado por
Marisa e filhos. Foi assim que
se aproximou de Vavá.
Pedra cantada. Desde a
Operação Têmis se esperava,
em Mato Grosso do Sul, por
um arrastão que atingisse os
chefes da jogatina estadual,
escancarada. Ali, ninguém entendeu por que Jamil Names,
pai de um dos presos na Xeque-Mate, também não foi indiciado pela Polícia Federal.
Rodado. Nilton Cezar Servo, o último a ser preso na Xeque-Mate e apontado como
um dos chefes da quadrilha,
realizou no ano passado campanha por uma vaga de deputado federal pelo PSB repleta
de sinais exteriores de riqueza. Ainda assim, Servo não
conseguiu se eleger.
No caixa um. Quatro dos
presos na operação de anteontem registraram contribuições para a campanha de
Nilton Servo a deputado federal: Elenilton de Andrade (R$
26 mil), Antonio Celso Catan
(R$ 7,4 mil), João Alex Monteiro Catan (R$ 7 mil) e Reginaldo da Silva (R$ 1 mil).
Quem mandou? Aliados
de Renato Porciúncula, líder
de uma das facções em guerra
na Polícia Federal, juram de
pés juntos que Tarso Genro
chegou a prometer ao delegado o comando da instituição.
O ministro da Justiça não entregou a mercadoria. Agora é
apertar os cintos.
Script. Senadores estudam
abrir processo contra Renan
Calheiros (PMDB-AL) no
Conselho de Ética para evitar
ações contra o arquivamento
sumário da apuração sobre a
suspeita de relação promíscua com a Mendes Júnior. Renato Casagrande (PSB-ES) e
Aldemir Santana (DEM-DF)
são cotados para a relatoria.
Fé. Acusado na Operação Navalha, o governador Jackson
Lago (PDT) fundiu sua pasta
de Infra-Estrutura, pivô do
escândalo no Maranhão, com
a de Cidades, cuja titular é
Telma Pinheiro, ligada à Assembléia de Deus. "A situação
exige muita reza", diz o deputado Domingos Dutra (PT).
Novela. Com o embate entre os relatores das CPIs do
Apagão Aéreo da Câmara,
Marco Maia (PT-RS), e do Senado, Demóstenes Torres
(DEM-GO), um governista
concluiu: "É o que dá fazer comissões gêmeas. Agora ficam
a Taís e a Paula brigando".
Isca 1. Em reunião com líderes da Câmara ontem, o ministro Mares Guia (Relações
Institucionais) chamou deputados do Rio para mostrar a
lista de cargos disponíveis no
Estado, que preenchiam cerca
de dez folhas de papel sulfite.
Isca 2. Ao ver a lista, o líder
do PDT, Miro Teixeira (RJ),
reagiu de imediato. "Se tem
algum cargo aqui atribuído a
mim, quero trocá-lo já", disse
o deputado, sugerindo que
ainda não recebeu qualquer
agrado do governo federal.
Tiroteio
"Ao simular surpresa com a Operação Xeque-Mate, Lula parece disposto a qualquer papel
para se perpetuar. É o presidente biodigerível".
Do deputado ARNALDO JARDIM (PPS-SP) sobre a reação do presidente
Lula diante da notícia de que a PF havia cumprido mandado de busca e
apreensão na casa de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva.
Contraponto
Mil anos depois
O fim da Vila Parisi, que ficava no meio das indústrias
em Cubatão, foi anunciado com festa por Franco Montoro em 1985. Mas, durante evento onde seria construído o
novo bairro, auxiliares do governador notaram que ninguém tinha cópias do projeto, das plantas das casas e um
jornal do dia para que, seguindo a tradição, fossem enterrados numa caixa ao lado da pedra fundamental da obra.
-Enterra qualquer coisa-, sugeriu um assessor.
-Mas isso não é certo!-, reclamou o zeloso deputado
estadual Rubens Lara, hoje assessor de José Serra.
Montoro não quis saber de conversa:
-Isso não é problema nosso e sim dos arqueólogos.
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