|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Principal alvo da PF é preso em Minas após tentar fugir
Detido com o filho, o empresário de jogos Nilton Cezar Servo é apontado como suposto líder da máfia dos caça-níqueis
Investigação mostra que a suposta quadrilha trazia ilegalmente ao Brasil peças para máquinas caça-níqueis e pagava propina a policiais
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Polícia Federal prendeu
ontem, no interior de Minas
Gerais, o empresário de jogos
Nilton Cezar Servo, suspeito de
ser um dos líderes da máfia dos
caça-níqueis, investigada na
Operação Xeque-Mate.
A assessoria de comunicação
da PF de Mato Grosso de Sul,
que centraliza a operação, informou que Servo era o principal alvo da operação e é o nome
de maior interesse para as investigações no Estado. Segundo a polícia, Servo está relacionado a atividades ilícitas com
caça-níqueis e casas de bingo.
Deflagrada anteontem, a
operação prendeu 79 pessoas
-duas somente ontem. Seis
continuavam foragidas.
As investigações apontam
que a suposta quadrilha importava ilegalmente ao Brasil componentes eletrônicos para caça-níqueis e pagava propina a
policiais em troca de a máquina
não ser apreendida.
O negócio, segundo o delegado Alexandre Custódio, movimentava R$ 250 mil por mês.
Até ontem, 32 depoimentos
haviam sido tomados, incluindo o de Dario Morelli Filho,
amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A PF aponta que Morelli e
Servo são sócios de uma casa de
jogos caça-níqueis em São Paulo. O advogado Milton Fernando Talzi, que defende Morelli,
afirmou que seu cliente e Servo
se conheceram em um encontro em uma casa em Caraguatatuba (SP) e negou que Morelli
atue no setor de jogos.
Uberlândia
Servo foi preso na tarde de
ontem em uma rodovia próxima à cidade de Prata, no Triângulo Mineiro. Ele estava junto
com o seu filho Victor Emannuel Servo, contra quem também havia mandado de prisão.
Segundo o delegado Cairo
Costa Duarte, da PF de Uberlândia, Nilton e seu filho estavam fugindo quando foram
presos. Eles saíram de São Paulo e estavam indo em direção a
Uberlândia. Mas, mesmo em
fuga, disse o delegado, eles estavam sendo monitorados.
Os agentes da PF os esperaram na estrada. Eles não ofereceram resistência. Desceram,
ouviram a voz de prisão e foram
algemados. "Ele [Nilton] é o cabeça dessa rede. Literalmente
comanda toda a rede de associações de bingos e de caça-níqueis no país envolvidas com
várias denúncias de corrupção", disse Duarte.
Por volta das 18h de ontem,
Nilton estava preso na PF em
Uberlândia, segundo o delegado. Ele será encaminhado para
Campo Grande (MS). A polícia
disse que por questão de segurança não seria informado
quando e como ocorrerá o
transporte dos presos.
O advogado Eldes Rodrigues,
defensor da família Servo, disse
que o outro filho, Nilton Cezar
Servo II, e mulher do empresário, Maria Dalva, também presos, nada têm a ver com a máfia
dos caça-níqueis.
Rodrigues ainda não respondia por Servo e preferiu não falar sobre a prisão dele.
Desde anteontem à noite, a
sala de espera da PF em Campo
Grande foi tomada por um grupo de ao menos 30 advogados,
alguns vindos de São Paulo,
atrás de seus clientes presos.
Eles reclamavam que não tinham acesso ao inquérito.
O delegado Alexandre Custódio permitiu que cada advogado conversasse por alguns minutos com seus clientes na noite de anteontem. Custódio informou que parte dos presos
seria levada ao presídio federal.
(HUDSON CORRÊA, RUBENS VALENTE E PAULO PEIXOTO)
Texto Anterior: Presidente se queixa e reage com contrariedade Próximo Texto: "Sou amigo de Lula, presidente não tem amigo", disse acusado, em 2004 Índice
|