MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

Relatório da Polícia Federal, a partir de documentação apreendida na operação Hurricane (furacão, em inglês), diz que há indícios de que o ex-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) José Eduardo Carreira Alvim tenha recebido R$ 80 mil para dar decisão judicial favorável a um funcionário aposentado de Furnas.
Ary Rubem Gonçalves Passos, que move ação contra o fundo de pensão de Furnas, confirma ter feito pagamento ao genro de Carreira Alvim, mas diz que foi para comprar um apartamento.
Documento bancário que embasa a suspeita foi encontrado pela Polícia Federal no escritório de Silvério Néri Cabral Júnior, genro de Carreira Alvim e apontado pelas investigações da PF como negociador de sentenças do sogro. Os dois foram presos na operação Hurricane.
No sistema do TRF, foi localizado o processo, arquivado e assinado por Carreira Alvim. Na ação, Gonçalves Passos pede que o resgate do benefício de previdência privada não sofra desconto de Imposto de Renda. A decisão do juiz foi favorável a Passos.
No mesmo relatório, a PF afirma ainda que foi apreendida, no escritório do genro do juiz, planilha de "demonstrativos de valores devidos" que totaliza R$ 609.053, 23.
Os nomes que constam na planilha estão como autores de processo que tramita na 8ª Vara Federal do Rio com a juíza Lana Maria Fontes Regueira. O objeto do processo envolve pagamento de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Lana Maria é mulher do juiz José Ricardo de Siqueira Regueira, do TRF do Rio, também preso na Hurricane.


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