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Floresta é como os vidros de água benta, diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ontem a
metáforas para reclamar do volume de "palpites" que são dados sobre o gerenciamento da
Amazônia. Em discurso de improviso durante cerimônia de
comemoração do Dia Mundial
do Meio Ambiente, Lula disse
que a Amazônia é como "aqueles vidros de água benta que
tem na igreja". "Todo mundo
acha que pode meter o dedo",
reclamou.
"E são muitos palpites, posso
dizer a vocês que palpite é o que
não falta, e de pessoas que não
têm autoridade política para fazer isso, pessoas que desmataram o que tinham e o que não
tinham, pessoas que emitem
CO2 como ninguém e depois resolvem dizer: "A Amazônia, nós
precisamos pensar se ela é do
Brasil'", acrescentou ele.
Segundo Lula, o Brasil quer
partilhar com o mundo o debate sobre a Amazônia, mas avisou: "É importante que, quando as pessoas entrem na casa
da gente, peçam licença para
abrir a nossa geladeira, e não
vão abrindo e pegando as coisas que tem lá para beber porque elas têm dono."
A despeito de críticas contra
o governo neste sentido, o presidente disse ver uma consciência, dentro do governo e na
sociedade, de que não há "incompatibilidade nenhuma" entre a combinação do desenvolvimento com a preservação
ambiental. E defendeu a necessidade de ser "muito duro" com
quem está fazendo queimada
ou desmatando ilegalmente.
Ele atacou quem critica as
concessões de terra feitas a indígenas e seringueiros: "As pessoas se esquecem de dizer que
um único proprietário tem, às
vezes, 1 milhão de hectares (...)
e alguns ainda acham pouco e
querem grilar a terra dos outros".
(LETÍCIA SANDER)
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