São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

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Floresta é como os vidros de água benta, diz Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ontem a metáforas para reclamar do volume de "palpites" que são dados sobre o gerenciamento da Amazônia. Em discurso de improviso durante cerimônia de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, Lula disse que a Amazônia é como "aqueles vidros de água benta que tem na igreja". "Todo mundo acha que pode meter o dedo", reclamou.
"E são muitos palpites, posso dizer a vocês que palpite é o que não falta, e de pessoas que não têm autoridade política para fazer isso, pessoas que desmataram o que tinham e o que não tinham, pessoas que emitem CO2 como ninguém e depois resolvem dizer: "A Amazônia, nós precisamos pensar se ela é do Brasil'", acrescentou ele.
Segundo Lula, o Brasil quer partilhar com o mundo o debate sobre a Amazônia, mas avisou: "É importante que, quando as pessoas entrem na casa da gente, peçam licença para abrir a nossa geladeira, e não vão abrindo e pegando as coisas que tem lá para beber porque elas têm dono."
A despeito de críticas contra o governo neste sentido, o presidente disse ver uma consciência, dentro do governo e na sociedade, de que não há "incompatibilidade nenhuma" entre a combinação do desenvolvimento com a preservação ambiental. E defendeu a necessidade de ser "muito duro" com quem está fazendo queimada ou desmatando ilegalmente.
Ele atacou quem critica as concessões de terra feitas a indígenas e seringueiros: "As pessoas se esquecem de dizer que um único proprietário tem, às vezes, 1 milhão de hectares (...) e alguns ainda acham pouco e querem grilar a terra dos outros". (LETÍCIA SANDER)


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