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ESQUELETO TUCANO
Ex-assessor de FHC comemora suspensão da quebra de seu sigilo
Procuradores enganaram juiz, diz EJ
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira comemorou ontem a suspensão da quebra do sigilo bancário das empresas Meta, Metacor,
Metaplan e de seus sócios Claudio
Haidamus, Ivan Aragão e Eduardo São Clemente D"Azevedo.
A revelação da movimentação
bancária dessas empresas e de
seus sócios, decretada pela Justiça
Federal em Brasília na semana
passada, foi suspensa anteontem
por decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Fernando Tourinho Neto.
EJ já foi sócio do Grupo Meta. O
ex-secretário-geral, primeiro da
lista de 17 pessoas físicas e jurídicas que tiveram o sigilo bancário
revelado, vai recorrer. Mas não
tem pressa.
"Pela terceira vez, você tem a
mesma coisa [não-autorização da
quebra de sigilo". Em São Paulo, o
juiz indeferiu [quebra do sigilo".
Em Brasília, foi deferida em primeira instância com base apenas
em uma possibilidade de sonegação fiscal em 1999 e 2000, deixando claro que não havia indícios de
crime contra a administração pública. E agora o juiz Tourinho
também não vê indícios contra
mim", afirmou EJ.
Aniversário
Hoje o ex-secretário completa
um ano como protagonista de investigações do Ministério Público. Tornou-se alvo dos procuradores em 6 de julho de 2000,
quando, em entrevista ao jornal
"Valor Econômico", atribuiu a
tratativas sobre nomeação de juízes classistas suas conversas telefônicas com o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto.
O ex-secretário disse que o procurador Luiz Francisco de Souza
enganou o juiz Ronaldo Desterro,
que decretou a quebra.
"O procurador [Luiz Francisco"
apresentou ao juiz [Desterro" um
relatório da Receita de abril, para
o qual eu já havia apresentado documentação complementar."
Os procuradores Luiz Francisco
e Alexandre Camanho assinaram
a petição de 206 páginas pedindo
à Justiça a revelação dos dados
acerca de EJ, seus familiares, ex-sócios e empresas, num total de
38 titulares. Conseguiram quebrar 17 sigilos.
Luiz Francisco caracterizou como "irrelevante" o fato de EJ ter
apresentado documentação complementar à Receita Federal.
"Terrorismo"
Em entrevista à imprensa ontem, o juiz Tourinho Neto chamou os procuradores de "terroristas". Na decisão em que suspendeu as quebras de sigilo das
empresas do Grupo Meta e de
seus sócios, Tourinho Neto criticou a extensão da petição apresentada por Luiz Francisco e Camanho, afirmando que se tinham
tantos "indícios veementes" deveriam ter oferecido denúncia, sob
pena de terem prevaricado.
Tourinho afirma que a petição
dos procuradores é comparada a
uma "sentença condenatória, dada por quem não tem atribuição
para tanto". Segundo o juiz, "tem-se a nítida impressão de que se
trata de uma acusação, e não de
um pedido de investigação".
"Repúdio"
A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou
uma nota de repúdio às declarações de Tourinho Neto. Segundo
a entidade, o juiz extrapolou "os
limites da crítica construtiva" e
"partiu para agressões pessoais".
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