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Nova central"não tem volta", diz articulador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No começo, era o Movimento em Defesa da Previdência Social e do Serviço
Público, criado para reforçar
o lobby contra a reforma da
Previdência. Com orçamento de cerca de R$ 500 mil por
mês bancado por entidades
de juízes, policiais, delegados da PF, diplomatas e fiscais, o grupo partiu para a
criação de uma nova central
de funcionários públicos. A
central não tem mais volta,
diz Ezequiel Nascimento,
presidente do Sindilegis.
Folha - A nova central por
enquanto é ameaça?
Ezequiel Nascimento - Nesta altura não tem mais volta.
O que se vai fazer é dar os
contornos jurídicos. A idéia
é que ela venha a representar
servidores de todas as esferas (União, Estados, municípios) e de todos os Poderes.
Folha - Isso põe em xeque o
posto da CUT como maior central do país?
Nascimento - Não. Só vamos poder chegar a 6,5 milhões de filiados, que são os
dados disponíveis do número de servidores em cidades
com mais de 100 mil habitantes. No máximo, a 8,5 milhões. O IBGE contou recentemente 1.709 sindicatos representativos de servidores.
Menos de 10% são filiados à
CUT. A maioria não está filiada a nenhuma central.
Folha - E como estão alinhados politicamente os organizadores da nova central?
Nascimento - O perfil é do
servidor mediano, fechado à
partidarização. Essa média é
até politizada, mas não é instrumentalizada por partido
político. Há uma simpatia
muito grande a que todos os
partidos estejam presentes,
mas uma antipatia imensa a
qualquer tentativa de partidarização. Ela nasce como
uma central pluripartidária.
Folha - Em relação ao governo Lula, existe uma posição
por parte dos organizadores?
Nascimento - Esse núcleo é
composto 100% por pessoas
que durante sua vida toda
trabalharam pela eleição de
Lula. Naturalmente, há certo
sentimento de decepção.
Não acredito que se chegue a
definir um apoio ao governo, da mesma forma que
não vamos puxar uma palavra de ordem "Fora Lula".
Folha - A nova central é filha
da oposição à reforma da Previdência do governo Lula?
Nascimento - Essa central
não pode ser circunstancial,
tem de ter perenidade. Ela é
resultado de um sentimento
de extrema solidão do servidor. Nos últimos 20 anos, os
servidores foram vítimas de
campanhas difamatórias,
que nos colocaram como
atividade sob suspeição.
Éramos primeiro os marajás, depois os vagabundos,
agora os privilegiados. Em
20 anos, as tentativa de os
servidores se organizarem
nessas centrais existentes
não surtiu nenhum efeito.
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