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NO EXTERIOR
Ex-presidente estaria negociando com governo sua volta à OEA
Itamar articula saída de embaixada
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Itamar Franco, 74, por conta
própria, está há mais de dois meses afastado da Embaixada do
Brasil na Itália a fim de participar
de articulações políticas. O ex-presidente está no Brasil desde 27
de abril e deve voltar apenas na semana que vem a Roma.
Mas talvez o retorno seja por
pouco tempo. A Agência Folha
apurou que Itamar negocia sua
saída de Roma. Após setembro, o
embaixador gostaria de voltar para a OEA (Organização dos Estados Americanos), nos Estados
Unidos, onde foi embaixador
(1996-98). O governo, porém, ainda não emitiu nenhum sinal.
Ontem, Itamar (PMDB) teve
encontro com o governador Aécio Neves (PSDB-MG), em Belo
Horizonte, para se despedir do
seu aliado político, segundo assessores do governo mineiro. Itamar
saiu sem falar com a imprensa.
Ele não comenta suas pretensões. Mas, na sua estada no Brasil,
teria tratado da sua suposta saída
com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no dia 11
de maio. Questionado sobre isso,
Amorim disse: "Não vou nem
confirmar nem desmentir".
Dois dias depois, Itamar fez um
breve comentário sobre o almoço
no Itamaraty: "Ele [Amorim] vai
acertar com o presidente Lula
qual será o meu destino. Mas é
claro que meu destino pertence a
mim também", afirmou .
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o ministro-conselheiro Dante Coelho de Lima, segundo na hierarquia em
Roma, está respondendo pela embaixada. Sobre o valor do salário
do embaixador, informou que
precisava solicitar ao departamento pessoal, mas que a informação demoraria até dois dias.
Em agosto Itamar completará
um ano no cargo. Seu nome foi
aprovado em abril de 2003, mas
ele só assumiu em agosto, porque
estava "magoado" com o fato de a
aprovação no Senado ter sido
apertada (29 votos a favor, 25 contra e duas abstenções).
A embaixada em Roma foi escolha do próprio Itamar. Foi um
agrado do presidente Lula pelo
reconhecimento aos trabalhos
políticos prestados pelo então governador de Minas durante a eleição presidencial de 2002.
O que trouxe Itamar agora ao
Brasil foi a combinação com Aécio. Os dois selaram uma aliança
política para as eleições de outubro e para o futuro.
Na capital mineira, Aécio manobrou e pôs PSDB e PMDB juntos para a eleição de outubro. Caberia a Itamar unir peemedebistas e tucanos em Juiz de Fora, sua
base eleitoral, mas lá o PMDB vai
apoiar o PDT contra o PSDB.
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