São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2005

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BASTIDORES

Nota divulgada por Borba teve 1ª versão descartada

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A nota que o então líder do PMDB na Câmara, José Borba (PR), divulgou ontem para justificar sua relação com publicitário Marcos Valério de Souza teve descartada uma primeira versão, que tinha sido aprovada numa reunião na madrugada de ontem, com alguns integrantes da cúpula do partido no Congresso.
Na versão aprovada na casa do ministro Eunício de Oliveira (Comunicações), Borba dizia que não renunciaria à liderança -como sugeriu anteontem o presidente do partido, Michel Temer-, por não temer as investigações.
O teor foi relatado à Folha por um dos participantes da reunião. Segundo o relato, Borba argumentava que não havia motivos para ser afastado da liderança porque as suspeitas de que ele se beneficiou do "mensalão" não vão se confirmar.
Sem citar os nomes, apontava também que, mais envolvidos no escândalo do que ele, os líderes do PP (José Janene), PL (Sandro Mabel) e do PTB (José Múcio) não foram foram pressionados pelos pares a deixar a função.
Da reunião participaram, além de Borba e o ministro anfitrião, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado federal Jader Barbalho (PA), além do ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política), do PC do B.
A reunião foi convocada para o grupo discutir nomes do PMDB para o novo ministério de Lula e para decidir sobre a permanência de Borba na liderança do partido na Câmara após parte da cúpula e a ala não governista ter exigido sua renúncia. O ministro Aldo Rebelo compareceu para tratar do primeiro item das conversas.
O encontro na casa de Eunício foi precedido de outro, na casa de Barbalho. Dele participaram 15 deputados da ala governista, quando foi feito um esboço da nota aprovado depois.


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