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PERFIL
Tesoureiro é amigo de Lula e Dirceu
DA REDAÇÃO
Delúbio Soares de Castro, 49,
era o homem do cofre do PT
desde 2000. É antigo amigo do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, do ex-ministro José Dirceu e, recentemente, confirmou
amizade com o publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes
de Souza, avalista de um empréstimo de R$ 2,4 milhões do
banco BMG ao PT.
O ex-secretário de finanças do
partido era quem fazia contatos
com empresários e pedia dinheiro para o partido. Foi o
principal artífice da arrecadação
milionária (mais de R$ 48 milhões) do PT na campanha eleitoral de 2002 que levou Lula à
Presidência.
Naquele ano, o então candidato Lula assinou procuração para
Delúbio movimentar a conta
bancária de sua campanha, o
que incluía fazer depósitos, saques e assinar cheques.
A proximidade com Lula continuou durante o governo petista. O ex-tesoureiro participava
de reuniões no Palácio do Planalto para articulações políticas
e chegou a integrar comitiva oficial do presidente à África.
Aliado do ex-ministro José
Dirceu, foi um dos coordenadores das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e 1998.
Nasceu em Buriti Alegre
(GO), onde entrou para a política nos anos de 1970, no Movimento da Anistia em Goiânia.
Professor de matemática, Delúbio seguiu a trajetória petista
clássica: fez escola no sindicato.
Foi um dos fundadores do PT,
da CUT e do Sintego (Sindicado
dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás). Atuou
como tesoureiro nessas duas últimas entidades.
Delúbio mora em São Paulo
há 14 anos, mas recebia salário
de R$ 1.020,28 da Secretaria Estadual de Educação de Goiás.
Segundo o Sintego, uma portaria do governo estadual permitiu o afastamento dele para participação em campanhas políticas. A licença venceu em fevereiro último. Delúbio diz ter devolvido ao erário o equivalente
aos salários de março a junho. O
sindicato afirma que Delúbio
freqüentava a entidade em
Goiás 40 horas por semana.
No PT, integra o Diretório Nacional e o Campo Majoritário,
corrente de Lula, José Genoino e
Dirceu que comanda o partido.
Embora tenha perdido a única
eleição na qual disputou, em
1986, para deputado federal por
Goiás, Delúbio diz planejar concorrer ao governo do Estado ou
a deputado no próximo ano.
Esse plano deve mudar devido
às conseqüências das denúncias
feitas pelo deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), que acusou
o publicitário Marcos Valério de
ser o operador de Delúbio na
distribuição do suposto "mensalão" a deputados.
Delúbio esteve envolvido em
outros episódios polêmicos. Em
2004, o então tesoureiro do PT
teria pedido ao Banco do Brasil
que comprasse ingressos para
70 mesas, cada uma no valor de
R$ 1.000, para show de Zezé Di
Camargo e Luciano. O dinheiro
iria para a compra da nova sede
do partido em São Paulo.
Neste ano, surgiu a informação de que a família de Delúbio
-então com salário de R$
6.000- comprou em dinheiro
fazendas em Goiás.
Delúbio é casado com Mônica
Valente, ex-Secretária de Administração do Município de São
Paulo na gestão Marta Suplicy
(2001-2004).
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