|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
PT e PSDB estimam gasto de quase R$ 90 mi
Teto de despesas nas campanhas de Lula e Alckmin é muito superior ao declarado por PT e PSDB à Justiça Eleitoral em 2002
Terminou ontem prazo para
registrar candidaturas ao
Planalto; TSE recebeu sete
pedidos, com declaração de
bens e previsão de gastos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de
São Paulo Geraldo Alckmin fixaram os maiores limites de
despesa de campanha -R$ 89
milhões e R$ 85 milhões- dentre os candidatos à Presidência.
PT e PSDB declararam ao
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) gasto máximo muito superior ao valor estabelecido em
2002 e acima das receitas que
constam nas prestações de contas ao final daquelas eleições.
Quase todos os presidenciáveis fixaram valores elevados
de gasto máximo, na tentativa
de mostrar transparência e disposição de evitar o caixa dois,
depois que o escândalo do mensalão revelou a banalização da
prática nas eleições passadas.
O TSE recebeu sete pedidos
de partidos ou coligações para
registro de seus candidatos ao
Palácio do Planalto até ontem,
o último dia do prazo. Os pedidos foram acompanhados de
declaração de bens e comunicação do gasto máximo estimado,
por exigência da lei.
Em 2002, o PSDB afirmou
que José Serra gastaria até
R$ 60 milhões e, após as eleições, prestou contas da arrecadação de R$ 34,7 milhões. "É o
teto, não quer dizer que vamos
gastar nem arrecadar isso. Vamos gastar menos, mas convém
ter cuidado", disse Alckmin. A
meta do comitê financeiro de
sua campanha é arrecadar R$
50 milhões. Ontem, a coordenação da campanha do tucano
definiu que os responsáveis por
gerenciar os recursos serão José Aníbal e Paulo Bressan, sob
coordenação do ex-ministro
Miguel Reale Jr.
O PT disse em 2002 que a
despesa de Lula não superaria
R$ 36 milhões, mas pediu elevação para R$ 48 milhões para
cobrir despesas imprevistas
com o segundo turno, autorizada pelo TSE. Ao final, informou
despesa de R$ 39,3 milhões. O
advogado do PT Márcio Silva
disse que o limite neste ano é
superior porque o partido não
quer correr o risco de ter que
mudar o valor -o que, avaliam,
desta vez seria mais difícil.
O único partido com baixa
expectativa de gasto é o PCO
-R$ 100 mil-, para Rui Pimenta. O PSL informou que o
teto da campanha do candidato
Luciano Bivar será R$ 60 milhões. O PDT fixou despesa máxima de Cristovam Buarque em
R$ 20 milhões, e o PSOL comunicou que Heloísa Helena deverá gastar até R$ 5 milhões.
A prestação de contas com
despesa acima do limite pode
levar a processo por abuso de
poder econômico e cassação do
registro da candidatura ou do
mandato (se eleito), segundo
instrução do TSE.
(SILVANA FREITAS e SÍLVIO NAVARRO)
Texto Anterior: Petista investe em renda fixa e ganha com juro Próximo Texto: Análise: Mecanismos de transparência contêm falhas Índice
|