São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

PT e PSDB estimam gasto de quase R$ 90 mi

Teto de despesas nas campanhas de Lula e Alckmin é muito superior ao declarado por PT e PSDB à Justiça Eleitoral em 2002

Terminou ontem prazo para registrar candidaturas ao Planalto; TSE recebeu sete pedidos, com declaração de bens e previsão de gastos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin fixaram os maiores limites de despesa de campanha -R$ 89 milhões e R$ 85 milhões- dentre os candidatos à Presidência.
PT e PSDB declararam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) gasto máximo muito superior ao valor estabelecido em 2002 e acima das receitas que constam nas prestações de contas ao final daquelas eleições.
Quase todos os presidenciáveis fixaram valores elevados de gasto máximo, na tentativa de mostrar transparência e disposição de evitar o caixa dois, depois que o escândalo do mensalão revelou a banalização da prática nas eleições passadas.
O TSE recebeu sete pedidos de partidos ou coligações para registro de seus candidatos ao Palácio do Planalto até ontem, o último dia do prazo. Os pedidos foram acompanhados de declaração de bens e comunicação do gasto máximo estimado, por exigência da lei.
Em 2002, o PSDB afirmou que José Serra gastaria até R$ 60 milhões e, após as eleições, prestou contas da arrecadação de R$ 34,7 milhões. "É o teto, não quer dizer que vamos gastar nem arrecadar isso. Vamos gastar menos, mas convém ter cuidado", disse Alckmin. A meta do comitê financeiro de sua campanha é arrecadar R$ 50 milhões. Ontem, a coordenação da campanha do tucano definiu que os responsáveis por gerenciar os recursos serão José Aníbal e Paulo Bressan, sob coordenação do ex-ministro Miguel Reale Jr.
O PT disse em 2002 que a despesa de Lula não superaria R$ 36 milhões, mas pediu elevação para R$ 48 milhões para cobrir despesas imprevistas com o segundo turno, autorizada pelo TSE. Ao final, informou despesa de R$ 39,3 milhões. O advogado do PT Márcio Silva disse que o limite neste ano é superior porque o partido não quer correr o risco de ter que mudar o valor -o que, avaliam, desta vez seria mais difícil.
O único partido com baixa expectativa de gasto é o PCO -R$ 100 mil-, para Rui Pimenta. O PSL informou que o teto da campanha do candidato Luciano Bivar será R$ 60 milhões. O PDT fixou despesa máxima de Cristovam Buarque em R$ 20 milhões, e o PSOL comunicou que Heloísa Helena deverá gastar até R$ 5 milhões.
A prestação de contas com despesa acima do limite pode levar a processo por abuso de poder econômico e cassação do registro da candidatura ou do mandato (se eleito), segundo instrução do TSE. (SILVANA FREITAS e SÍLVIO NAVARRO)


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