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Empresas se contradizem sobre uso de jatinho
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa Global Táxi Aéreo, de São Paulo, e a MMX Mineração e Metálicos S/A, do
empresário Eike Batista, entraram em contradição ontem, ao
explicar a responsabilidade pelo jatinho usado para levar a La
Paz, na Bolívia, o ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu.
Segundo a siderúrgica EBX,
controladora da MMX, o Cessna Citation 7 que transportou o
ex-ministro "estava arrendado
para uma empresa de táxi aéreo". Segundo a Folha apurou, a
empresa citada seria a Global.
Segundo a EBX, o avião estava "a serviço de terceiros" durante a viagem de Dirceu. Eike
Batista, afirma a empresa, não
estava no vôo para La Paz.
O diretor da Global, o comandante Sérgio Stenberg, disse
que todas as operações de vôo
são de responsabilidade da
MMX, e sua empresa apenas
presta "assessoria e consultoria". O serviço inclui organização de contabilidade e treinamento de pessoal.
"A gente administra a aeronave para ele. Faz isso como
um apoio logístico, tanto que
tenho um contrato com ele pelo qual é proibido efetuar vôo
comercial", disse o comandante. Ele não soube dizer quem
teria comandado o vôo de abril
último e nem quem seriam os
passageiros. "Tenho a relação
dos passageiros do serviço de
táxi aéreo, mas não os da aeronave da MMX."
"Não fizemos nenhum vôo
comercial com esta aeronave,
não faz táxi aéreo. É de uso exclusivo do proprietário, isto é
até contratual", disse o diretor
da Global. Informado de que a
EBX havia dito que o avião estava arrendado, o comandante
afirmou: "A informação é totalmente inverídica".
A Folha apurou que o jatinho pertenceu ao banco Bradesco até outubro de 2004 -
foi vendido em licitação pública e quitado em 2005. De acordo com os registros do DAC
(Departamento de Aviação Civil), o avião foi formalmente
transferido para o nome da
MMX Siderurgia no último dia
12 de abril, 11 dias antes da viagem para La Paz.
O avião está baseado no aeroporto de Congonhas (SP). A
EBX, sediada no Rio de Janeiro, tem atividades e escritórios
de representação na Colômbia,
no Equador, Peru, Chile e Uruguai e nos Estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Amapá, Pará, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio
Grande do Sul.
A MMX iniciou em dezembro de 2005 a produção de minério de ferro em Corumbá
(MS), na fronteira entre Brasil
e Bolívia. A empresa deve iniciar unidades de produção em
Minas Gerais e no Amapá.
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