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outro lado
Secretário rebate crítica a arquivamento de casos
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador da República
José Adércio Leite Sampaio,
secretário-geral do CNMP
(Conselho Nacional do Ministério Público), refuta a principal crítica ao conselho: "Não é
verdade que haja um número
grande de arquivamentos de
processos disciplinares".
Ele diz que "algumas pessoas
se sentem frustradas, porque
imaginaram que o CNMP viesse controlar a atuação do Ministério Público na sua atividade-fim -por exemplo, se um
procurador denuncia demais".
"Quando chega uma representação contra alguém do Ministério Público de um Estado,
instaura-se o procedimento
aqui, mas se verifica se o caso
está sendo investigado na origem. É feita a remessa para a
corregedoria de origem e há o
acompanhamento pelo CNMP.
Do ponto de vista técnico, há o
arquivamento aqui", diz. "Ninguém está aqui para tapar o sol
com a peneira."
Correições
Sobre as correições em 2008,
diz que algumas Promotorias
estaduais passaram informações só "para cumprir a obrigação". "O dado pode não ser o
real, era o que tínhamos em
mãos. A Procuradoria não prestou a informação, porque não
tem os dados consistentes."
Ele diz que "há uma prática
de correição na Procuradoria,
mas é episódica", e admite que
"alguns Estados têm regulamentação em matéria de correição muito melhor do que no
Ministério Público Federal".
Ele atribui o questionamento
da constitucionalidade de resoluções à pluralidade do conselho: "O CNMP tem uma composição heterogênea. Naquela
vontade de criar um mecanismo, termina-se invadindo a
questão da atividade-fim".
Ele discorda da hipótese do
conselho único: "Em alguns
países, como a Argentina, existe um só conselho [do Judiciário e do Ministério Público]. O
problema é que no Brasil a realidade é diferente. São órgãos
com estruturas autônomas".
Sampaio cita as disparidades
entre o CNMP e o CNJ: na mesma época, foram apresentados
projetos de lei para criação de
40 cargos de comissão no conselho do Ministério Público e
43 no conselho do Judiciário.
Um veto presidencial reduziu a
proposta do CNMP para apenas três cargos. O CNJ teve
aprovados os 43 cargos.
"A maior contribuição do
CNMP será no planejamento,
para diminuir as disparidades e
evitar a competição institucional entre os Ministérios Públicos. O conselho quer que as
pessoas se enxerguem como
pertencentes a um único Ministério Público", diz.
Sampaio aposta na criação do
Portal da Transparência, prevendo que as Promotorias estaduais e a Procuradoria da
União colocarão no site informações sobre subsídios ou vencimentos de seus membros.
"Todas as sessões do CNMP
são públicas, colocadas na internet ao vivo", diz.
Sobre o aluguel da sede no
Lago Sul, em Brasília, diz que
todo o conselho funcionava numa sala da Procuradoria Geral
da República. "Procuramos
[um local] no setor de autarquias, no miolo de Brasília, mas
o aluguel lá é três vezes o valor
do aluguel daqui."
Em relação à frota de veículos, o secretário-geral afirma
que o conselho "conseguiu um
preço bom, porque a aquisição
foi feita com carros" da Procuradoria. "São carros utilizados
apenas quando os conselheiros
estão aqui."
(FV)
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