DE BUENOS AIRES

O governo argentino ainda espera receber uma ajuda extraordinária do Fundo Monetário Internacional (FMI), apesar de o organismo ter entrado em recesso na sexta-feira, após anunciar que adiantaria somente US$ 1,25 bilhão de fundos previstos inicialmente para setembro.
Em entrevista publicada ontem pelo jornal "La Nacion", o ministro da Economia, Domingo Cavallo, afirmou que o recesso do FMI não impedirá a análise de um novo empréstimo ao país.
Ele afirmou que a Argentina espera ter a ajuda dos EUA, cujo subsecretário do Tesouro, John Taylor, encerrou na noite de sábado uma visita de dois dias ao país e elogiou o plano de déficit zero.
"Estou impressionado com as firmes medidas que o governo está tomando para alcançar o objetivo do déficit zero. Também estou impressionado com esforços para promover o crescimento econômico por meio da reforma tributária e da redução de barreiras comerciais", disse Taylor em um comunicado.
Apesar do otimismo, o governo admite que eventuais créditos novos não serão autorizados imediatamente.
"Não é que não esperemos mais fundos, mas sabemos que isso não é imediato", afirmou ontem o vice-ministro da Economia, Daniel Marx. Segundo ele, eventuais empréstimos novos servirão para recompor as reservas internacionais do país, que caíram mais de US$ 7 bilhões no último mês (cerca de um quarto do total).
Apesar das especulações no fim de semana sobre as condições que poderiam levar o FMI a conceder novos empréstimos -que poderiam incluir a privatização da seguridade social-, Cavallo disse que espera uma ajuda incondicional. "A Argentina já está promovendo todas as reformas que são necessárias", disse.
Ele evitou dizer o quanto o país pretende conseguir. "Não é o estilo de uma boa negociação divulgar o que pretendemos ou pedimos. Os que falam desse tema estão especulando", disse. (RW)



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