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CASO CC5
Ex-governador do Paraná diz que privatização foi "transparente"
Promotor pede convocação de Lerner
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O procurador da República Luiz
Francisco de Souza sugeriu ontem em Curitiba que a CPI estadual do Banestado convoque o
ex-governador do Paraná Jaime
Lerner (PFL) para dar explicações
sobre acusações de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólares
ao exterior e o processo de privatização do banco estadual.
"É um mar de dinheiro sujo.
Não dá para dizer que ele [Lerner]
não sabia", disse o procurador à
comissão da Assembléia Legislativa criada para apurar denúncias
de irregularidades envolvendo o
saneamento do Banestado e acusações de evasão de divisas por
meio de uma agência do banco
em Nova York.
Luiz Francisco também defendeu a convocação do ex-presidente do Banco Central Gustavo
Franco, da ex-diretora de fiscalização do BC Tereza Grossi e do
ex-proprietário do Banco Araucária Paulo Konder Bornhausen, irmão do senador Jorge Bornhausen (PFL). O Araucária é apontado pelo procurador como um dos
principais canais de evasão de divisas para Nova York.
O presidente da CPI, deputado
Neivo Beraldin (PDT), confirmou
que irá convocar Lerner, mas ainda não definiu a data. A CPI decidiu pedir à Justiça Federal a quebra do sigilo bancário de Gustavo
Franco e Tereza Grossi. Segundo
o deputado, eles precisam explicar por que o BC concedeu "tanta
liberalidade" para cinco agências
bancárias de Foz do Iguaçu enviarem recursos ao exterior.
Outro lado
O ex-governador Jaime Lerner
disse que a privatização do Banestado foi "transparente" e que seguiu as mesmas regras de outras
vendas de bancos estaduais.
Paulo Konder Bornhausen declarou, por meio de seu advogado
Antônio Carlos de Almeida Castro, que não era mais sócio do
banco Araucária na época em que
o BC liberou as transações da instituição via contas CC5 (para não-residentes).
Gustavo Franco informou, por
meio de sua assessoria, que tudo o
que tinha a declarar sobre o caso
Banestado está em seu depoimento à CPI do Congresso Nacional.
No depoimento, ele disse que tinha respaldo legal para autorizar
cinco bancos de Foz do Iguaçu,
entre os quais o Banestado, a operar CC5 sob regras especiais.
A Folha não conseguiu falar
com Tereza Grossi ontem.
Colaborou JAIRO MARQUES, da Agência Folha
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