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Presidente da ABI se diz contra criação de órgão
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa),
Maurício Azêdo, afirmou ontem temer que a criação do CFJ
(Conselho Federal de Jornalismo) represente "uma violação
da ordem democrática definida pela Constituição Federal".
"Vamos examinar a questão
muito atentos ao teor punitivo", disse ele, que levará a projeto de lei para ser analisado
pelos diretores da ABI.
Para Azêdo, o governo se
equivoca porque trata os jornalistas como profissionais liberais: "Conselhos federais são
feitos para fiscalizar profissionais liberais. Não é o caso dos
jornalistas, que, a meu ver, continuam sendo assalariados".
O vice-presidente da ABI,
Milton Temer, também reprova a criação do CFJ. Para ele, a
fiscalização do exercício do jornalismo já é feita pelas comissões de ética da ABI, da Fenaj
(Federação Nacional dos Jornalistas) e dos sindicatos. "Isso
é uma burocratização que não
tem que existir", afirmou.
A Fenaj defende o CFJ argumentando que a fiscalização do
exercício do jornalismo não é
feita de maneira satisfatória pelo Ministério do Trabalho. Em
abril, representantes da federação se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e cobraram que o projeto, então recém-elaborado, fosse logo enviado ao Congresso Nacional.
O presidente do Instituto dos
Advogados de São Paulo, Tales
Castelo Branco, afirmou que é
favorável à criação do CFJ desde que ele cuide da ética no jornalismo e seja um órgão independente.
"Como o conselho vai ter poderes de sancionar jornalistas,
é preciso concentrar absoluta
independência. Para ser independente, precisa ser comandado exclusivamente por jornalistas, sem vinculação com
nenhum órgão do governo, como o Ministério do Trabalho",
afirmou.
(RICARDO WESTIN E FREDERICO VASCONCELOS)
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