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Corregedoria vai investigar dois por "farra das passagens"
Outros quatro deputados ainda podem ser incluídos
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os deputados Paulo Roberto
(PTB-RS) e Eugênio Rabelo
(PP-CE) serão investigados pela Corregedoria Geral da Câmara por indícios de envolvimento no esquema de venda de passagens aéreas, irregularidades
no uso da verba indenizatória e
retenção do salário de funcionários dos gabinetes.
O corregedor da Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto
(DEM-BA), fará diligências
preliminares para decidir se
instaura ou não processos em
outros quatro casos de suspeita
de participação de congressistas no escândalo, conhecido como "farra das passagens".
A Folha apurou que Márcio
Junqueira (DEM-RR), Roberto
Rocha (PSDB-MA) e Raymundo Veloso (PMDB-BA) estão
entre os deputados que poderão ser investigados. Os casos
deles não são considerados tão
graves, mas, na análise de
quem leu o relatório, não podem ser ignorados.
Além de indícios da participação no esquema das passagens, há acusação contra Roberto de que ele retinha parte
dos salários de seus assessores.
O relatório da comissão de sindicância, que investigou inicialmente a terceirização dos
bilhetes, diz que o deputado foi
denunciado por seu ex-chefe
de gabinete Luiz Nogueira.
O caso de Roberto é considerado pela cúpula da Câmara o
mais complicado e deve seguir
para o Conselho de Ética. O
congressista nega e atribuiu a
acusação a uma vingança de
seu ex-funcionário, exonerado
por ele em 2008.
Já Rabelo, segundo o relatório, é acusado pela servidora
Fabiana Leite de fraudar notas
fiscais para compra de combustíveis com a verba mensal
de R$ 15 mil, destinada à manutenção de escritórios. O deputado também nega qualquer
participação na fraude. Diz que
sua funcionária não tem provas
e que ela fez as acusações para
"desviar a atenção de si".
Como as acusações são consideradas graves, a investigação contra os deputados será
coordenada por uma comissão
indicada pelo corregedor. Ele
anunciará o nome dos membros da comissão hoje.
A comissão preliminar interna da Câmara investigou a comercialização de passagens em
pelo menos trinta gabinetes.
Na maioria dos casos, ficou
constatada a participação apenas de funcionários e, por isso,
não há intenção do corregedor
de levar os casos adiante.
Os servidores ou ex-servidores, 44 no total, responderão a
processo administrativo.
A investigação sobre a venda
dos bilhetes teve início após o
presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e
o ministro Eros Grau terem
comprado cotas dos parlamentares sem saber. Ninguém foi
punido até agora.
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