São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Guerra judicial

O PT decidiu promover uma ofensiva judicial para combater a escalada retórica do PSDB na propaganda eleitoral. O partido entrará com recursos ao TSE contra todas as peças que associarem o presidente ou o partido à corrupção, entre elas as que qualificam como "a turma do Lula" personagens como Delúbio Soares e Marcos Valério. Mais do que tirar tempo de Geraldo Alckmin, interessa à cúpula do PT obter direito de resposta no programa do tucano.
O lado tucano, porém, lembra que a coligação do presidente contabiliza até agora mais derrotas no tribunal. A decisão liminar que obrigou a oposição a retirar do ar uma de suas mensagens sobre os escândalos não deverá alterar a linha dos programas de Alckmin.

Hemorragia 1. Pesquisa Sensus encomendada pela TV Tribuna aponta empate entre Humberto Costa e Eduardo Campos na segunda colocação em Pernambuco. O petista caiu de 23,1% em agosto para 18,5% no levantamento realizado nos dias 2 e 4 deste mês. O candidato do PSB oscilou de 17% para 18,5%.

Hemorragia 2. O líder Mendonça Filho (PFL) saltou de 30,5% para 37%. "A tendência é de queda de Humberto e de possível segundo turno entre PFL e PSB", diz o cientista político Ricardo Guedes, do Sensus. Para ele, o indiciamento de Costa pela PF começa a mostrar efeito sobre sua candidatura.

Padrão Aécio. A disputa pelo Planalto no Estado natal de Lula permanece estável: o petista registra 71,4%, contra 12,4% de Geraldo Alckmin e 4,7% de Heloísa Helena.

Combustível. A coordenação de campanha do PT nacional já confirmou a participação de pelo menos 1.800 municípios na "Caravana Nacional Lula de Novo", série de carreatas marcada para os dias 16 e 17. Cerca de 450 das cidades que participarão do ato são de Minas Gerais.

Fila. Lúcio Alcântara faz escola. Ontem foi a vez de Osmar Dias (PDT), segundo colocado na disputa pelo governo do Paraná, visitar Lula no Palácio do Planalto. Seu principal adversário, Roberto Requião (PMDB), já declarou apoio ao presidente.

Laranjal. Além do ataque direto desferido pelo governador e correligionário Lúcio Alcântara na propaganda de televisão, o tucano Tasso Jereissati foi alvo de dois nanicos , José Maria Melo (PL) e Coronel Gondim (PSL), também na noite de anteontem.

Amigo urso. As intervenções do líder do PMDB ontem no Conselho de Ética do Senado só fizeram piorar a situação de seu correligionário acusado pela CPI dos Sanguessugas. "O Wellington levantou a bola para o Vedoin cortar na cabeça do Ney", resumiu um parlamentar.

Ah, é? Wellington Salgado perguntou ao dono da Planam se um funcionário não poderia ter falsificado a assinatura de Ney Suassuna. Vedoin respondeu que muitos parlamentares pedem a assessores que assinem documentos. "Não sabia, sou novo na política", respondeu o senador.

Mais lenha. A ex-secretária de Suassuna Maria Angélica Soares, que, em depoimento à Corregedoria do Senado, disse ter sido indicada por Vedoin, pediu proteção a Romeu Tuma (PFL-SP). Alega ter recebido ameaça de morte.

Faz-de-conta. O Senado deve alterar a emenda que estabeleceu voto aberto em todas as votações, restaurando o voto secreto para eleger a Mesa e escolher autoridades. "Hoje demos apenas um voto simbólico para tirar a Câmara da lama", dizia, cético, Pauderney Avelino (PFL-AM).

Visita à Folha. Horacio Lafer Piva, presidente da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

Tiroteio

"Tudo bem, o voto agora é aberto. Resta saber se os colegas vão aparecer em dia de cassação."
Do deputado federal BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS), lembrando que uma das principais manobras para absolver parlamentares acusados de irregularidades é não comparecer ao plenário.

Contraponto

Nossa fauna

Cláudio Lembo (PFL) foi a Santos na sexta-feira inaugurar as obras de reforma do Museu de Pesca. Durante a visita, o governador passou por baixo de uma lula empalhada de 5 metros de comprimento em exposição no local.
Lembo parou por um instante e não perdeu a oportunidade de associar o molusco ao presidente da República, com quem anda trocando afagos públicos.
-Que lula gigante, hein?- brincou o governador.
A seu lado, o secretário estadual da Agricultura, Alberto Macedo, arrematou a piada:
-Mas, ao contrário do outro, esta aqui está mortinha.


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